terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Autoconhecimento



Estamos todos em busca de maior realização em nossas vidas, e não toleramos nada que pareça nos puxar para baixo. Devemos nos tornar conscientes das coincidências em nossas vidas. Essas coincidências têm ocorrido com freqüência cada vez maior, e quando ocorrem nos parecem superar o que se poderia esperar do puro acaso. Parecem destinadas, como se nossas vidas tivessem sido guiadas por uma força inexplicável. A experiência causa uma sensação de mistério e excitação, e em conseqüência nos sentimos mais vivos. Essa é a experiência que vislumbramos, e que agora tentamos manifestar o tempo todo.

Reconsidere o mistério que cerca nossas vidas individuais neste planeta. Estamos experimentando essas coincidências misteriosas, e mesmo não as compreendendo ainda, sabemos que são reais. Estamos sentindo de novo, como na infância, que existe um outro lado da vida que ainda temos de descobrir, alguns outros processos atuando nos bastidores.

Tenha uma nova compreensão do mundo físico. Perceba o que era antes uma espécie de energia invisível. Ao tentar entender a natureza deste universo, sabíamos que precisávamos de algum modo separar os fatos da superstição. Nesse sentido, os cientistas assumiram uma determinada atitude conhecida como ceticismo cientifico, que na verdade exige provas concretas para qualquer nova afirmação sobre como funciona o mundo. Para acreditar em qualquer coisa, queriam provas que pudessem ser vistas e apalpadas. Toda idéia que não se pudesse provar de alguma maneira física, era sistematicamente rejeitada. Por fim concluímos que tudo o que ocorre na natureza ocorre segundo alguma lei natural, que todo acontecimento tem uma causa direta física e compreensível.

Em muitos aspectos os cientistas não têm sido tão diferentes de outros em nossa época. A idéia era gerar uma compreensão do universo que fizesse o mundo parecer seguro e controlável, e a atitude cética nos manteve concentrados em problemas concretos que fizessem a nossa existência parecer mais segura.

Com essa atitude a ciência eliminou sistematicamente a incerteza e o esotérico do mundo. Concluímos, seguindo o principio de Isaac Newton, que o universo sempre funcionava de uma maneira previsível, como uma imensa maquina, porque durante longo tempo isso era tudo que se podia provar. Diziam que os acontecimentos que ocorriam simultaneamente com outros, mas sem nenhuma relação causal, ocorriam apenas por acaso.

Então duas pesquisas abriram nossos olhos para o mistério do universo. Muito se escreveu nas ultimas décadas sobre a revolução na física, mas as mudanças na verdade resultam de duas grandes descobertas, as da mecânica do quantum e as de Albert Einstein. Todo o trabalho da vida de Einstein foi mostrar que o que percebemos como matéria sólida é em sua maior parte espaço vazio percorrido por um padrão de energia. Isso inclui a nós mesmos. E o que a física quântica revelou é que quando observamos esses padrões de energia em níveis cada vez menores, podemos ver resultados surpreendentes. As experiências demonstraram que quando se fragmentam pequenos componentes dessa energia, o que chamamos de partículas elementares, e tentamos observar como funcionam, o próprio ato da observação altera os resultados – como se essas partículas elementares fossem influenciadas pelo que o cientista espera.

Isso se aplica mesmo que as partículas tenham de aparecer em lugares aonde não poderiam ir, em vista das leis do universo como as conhecemos: dois lugares ao mesmo tempo, para a frente ou para trás no tempo. Em outras palavras, o material básico do universo parece uma espécie de energia pura maleável à intenção e expectativa humanas, de uma maneira que desafia nosso antigo modelo mecanicista do universo; como se nossa expectativa fizesse nossa energia fluir para o mundo e afetar outros sistemas de energia.

A percepção humana dessa energia começa com uma ampliada sensibilidade à beleza. A percepção da beleza é um tipo de barômetro que diz a cada um de nós a que ponto estamos perto de perceber realmente a energia. As coisas que percebemos como belas podem ser diferentes, mas as características verdadeiras que atribuímos aos objetos belos são semelhantes. Quando alguma coisa nos parece bela, tem mais presença, nitidez de forma e vividez de cor. Salta aos olhos. Brilha. Parece quase iridescente em comparação com o tom mortiço de outro objeto menos atraente. O nível seguinte de percepção é ver um campo de energia pairando em torno de tudo.

A realidade dessa energia é nova para todo mundo, mas o interessante é que essa energia é o que a ciência sempre buscou: uma coisa comum por baixo de toda matéria. Desde Einstein, sobretudo, a física tem buscado uma teoria de campo unificado.

Os seres humanos vão acabar vendo o universo como constituído de uma energia dinâmica, uma energia que pode nos sustentar e responder às nossas expectativas. Contudo, também veremos que fomos desligados da fonte maior dessa energia, que nos isolamos dela, e por isso nos sentimos fracos, inseguros e carentes. Diante desse déficit, nós sempre procuramos intensificar nossa energia pessoal da única maneira que conhecemos: buscando rouba-la psicologicamente de outros – uma competição inconsciente que é a base de todo conflito humano no mundo.

É de importância vital que se fique alerta. As coincidências ocorrem com regularidade, mas você tem de notá-las. Veja a psicologia. Esse campo está em conflito, querendo saber por que os seres humanos se tratam uns aos outros com tanta violência. Sempre se soube que essa violência surge do impulso dos seres humanos para controlar e dominar uns aos outros, mas só recentemente estuda esse fenômeno de dentro, do ponto de vista da consciência individual. Pergunta o que ocorre dentro de um ser humano que o fez querer controlar outra pessoa. Descobre que quando um indivíduo se dirige a outra pessoa e se empenha numa discussão, o que ocorre bilhões de vezes todos os dias no mundo, pode acontecer uma das duas coisas. O indivíduo sai se sentindo mais forte ou mais fraco, dependendo do que ocorre na interação.

O universo como um todo é composto dessa energia, e podemos modificar todas as coisas, exatamente como fazemos com a energia que nos pertence, a parte que podemos controlar. Nós embora não tenhamos consciência disso, tendemos a controlar e dominar os outros. Queremos conquistar a energia que existe entre as pessoas. Ela se acumula e de algum modo, nos faz sentir melhor.

Tudo que sabermos é que nos sentimos fracos, e quando controlamos outros nos sentimos melhor. O que não compreendemos é que o preço dessa sensação de se sentir melhor é a outra pessoa. É a energia que roubamos dela. A maioria das pessoas passa a vida numa caça constante à energia de outra. Embora às vezes funcione diferente. Encontramos alguém que, pelo menos durante algum tempo, nos manda voluntariamente sua energia.

De vez em quando, outra pessoa quer voluntariamente que a gente defina a situação dela para ela, nos dando sua energia diretamente. Isso nos faz sentir fortalecidos, mas em geral isso não dura. A maioria das pessoas não é bastante forte para continuar dando energia. Por isso é que a maior parte dos relacionamentos acaba virando disputas pelo poder. Os seres humanos ligam as energias e depois lutam para decidir quem vai controlá-las. E o perdedor sempre paga o preço.

Assim que compreendermos nossa luta, começaremos imediatamente a transcender esse conflito. Começaremos a nos livrar da disputa por simples energia humana... pois poderemos afinal receber nossa energia de outra fonte.

O primeiro passo no processo de esclarecimento para cada um de nós é trazer o nosso drama de controle pessoal à plena consciência. Nada pode prosseguir enquanto não olharmos de fato para nós mesmos e descobrirmos o que estamos fazendo para manipular em busca de energia. Cada um de nós tem de voltar ao próprio passado, ao centro da vida familiar inicial, e observar como se formou esse hábito. Ver a gestação disso mantém consciente nossa maneira de controlar.

A maior parte dos membros de nossa família tinha um drama próprio, tentando extrair energia de nós quando crianças. É sempre na relação com os membros da família que criamos nossos dramas particulares. Contudo, assim que reconhecemos as dinâmicas de energia familiares, podemos nos distanciar dessas estratégias de controle e ver o que realmente está acontecendo. Cada pessoa tem de reinterpretar a experiência familiar de um ponto de vista evolutivo, espiritual, e descobrir quem é ela própria na realidade. Assim que fazemos isso, nosso drama de controle desaparece e nossas vidas reais decolam.

O drama de qualquer um pode ser examinado de acordo com o lugar que ele ocupa nesse espectro que vai do agressivo ao passivo. Se uma pessoa é sutil em sua agressão, encontrando defeito e solapando lentamente nosso mundo para extrair nossa energia, então essa pessoa seria um interrogador. Menos passivo que o coitadinho de mim seria o drama de distanciamento. Portanto, a ordem dos dramas segue-se deste modo: intimidador, interrogador, distante e coitadinho de mim. Todo mundo se encaixa em algum ponto entre esses estilos.

Algumas pessoas usam mais de um estilo em diferentes circunstancias, mas a maioria de nós tem um drama de controle dominante, que tentamos repetir, dependendo de qual funcionava bem com os membros de nossa família inicial.

O interrogador: As pessoas que usam essa maneira de adquirir energia encenam um drama de fazer perguntas e sondar o mundo de outra pessoa, com o propósito especifico de descobrir alguma coisa errada. Assim que fazem isso, criticam esse aspecto da vida da outra pessoa. Se essa estratégia der certo, aí a pessoa criticada é atraída para o drama. Se vê de repente ficando intimidada perto do interrogador, prestando atenção ao que ele faz e pensando nisso, para não fazer nada errado que o interrogador perceba. A diferença psíquica é dar ao interrogador a energia que ele deseja. Tente se lembrar das vezes em que conviveu com pessoas assim. Quando a gente é colhido nesse drama, não tende a agir de um certo modo, para que a pessoa não o critique? Ela nos tira de nosso caminho e drena nossa energia, porque nós nos julgamos pelo que ela pode estar pensando.

Todos manipulam em busca de energia, ou de uma maneira agressiva, direta, forçando as pessoas a prestar atenção neles, ou de uma maneira passiva, jogando com a simpatia ou curiosidade das pessoas para chamar atenção.

Se alguém o ameaça, seja verbal ou fisicamente, então você é obrigado, por medo de que alguma coisa ruim lhe aconteça, a prestar atenção nele, e, portanto a transmitir energia para ele. A pessoa que o ameaça está envolvendo você no mais agressivo tipo de drama, o intimidador.

Se, por outro lado, alguém lhe conta todas as coisas horríveis que já aconteceram com ele, insinuando que talvez você seja o responsável, e que se recusar a ajuda-lo essas coisas horríveis vão continuar, essa pessoa está buscando controlar no nível mais passivo, com o que se chama de drama do coitadinho de mim. Tudo que eles dizem e fazem deixam você numa posição em que tem de se defender contra a idéia de não estar fazendo o bastante por essa pessoa. Por isso é que se sente culpado só por estar perto dela.

Se você é uma criança e alguém consome sua energia o ameaçando com danos físicos, então se distanciar não resolve. Você não pode fazer com que lhe dêem energia bancando o sonso. Eles não dão a mínima para o que se passa dentro de você. Vem com força total. Portanto você é obrigado a se tornar mais passivo e tentar a técnica do coitadinho de mim, apelando para a bondade das pessoas, explorando a culpa delas em relação ao mal que lhe fazem. Se isso não funciona, então, como criança, você suporta até crescer o bastante para explodir contra a violência e combater a agressão com agressão. A pessoa chega ao extremo que for necessário para conseguir atenção de energia na família. E depois disso, essa estratégia se torna a maneira dominante de controle para extrair energia de todos, o drama que ela vai repetir constantemente. Esse é o intimidador.

Que faria você se fosse uma criança e os membros de sua família ou estivessem ausentes ou o ignorassem, porque estavam preocupados com suas carreiras ou algo assim? Representar o distante não ia chamar a atenção deles; nem reparariam. Não teria você de recorrer as sondagens e a espionagem, para acabar descobrindo alguma coisa de errado nessas pessoas distantes, a fim de forçar atenção de energia? E isso que faz o interrogador.

As pessoas distantes criam interrogadores! E os interrogadores tornam as pessoas distantes! E os intimidadores criam a técnica coitadinho de mim, ou, se isso falhar, outro intimidador!

É assim que os próprios dramas de controle se eternizam. Mas lembre-se que há uma tendência a ver esses dramas nos outros, mas achar que nós próprios somos isentos dessas tramas. Cada um de nós deve transcender essa ilusão antes de começar. A maioria de nós tende a empacar, pelo menos durante parte do tempo, num drama, e temos de recuar e nos olhar a nós mesmos o suficiente para descobrir qual é ele.

Depois que vimos nosso drama, o que acontece em seguida é que estamos verdadeiramente livres para nos tornar mais que o numero inconsciente que representamos. Podemos encontrar um sentido mais elevado para as nossas vidas, uma razão espiritual de termos nascido em determinadas famílias. Podemos começar a esclarecer quem somos de fato.

Para descobrir o verdadeiro eu só existe um modo. Cada um de nós tem de recuar à própria experiência familiar, ao tempo e lugar da infância, e reexaminar o que ocorreu. Assim que tomamos consciência de nosso drama de controle, podemos nos concentrar na verdade mais profunda de nossa família, no lado bom por assim dizer, além do conflito por energia. Assim que encontramos essa verdade, ela energiza nossas vidas, pois essa energia diz quem somos, o caminho em que estamos, o que estamos fazendo.

Para esclarecer quem sou eu, você deve compreender os dramas de controle de seus pais. Tem de olhar além da disputa por energia que existia em sua família e buscar o verdadeiro motivo pelo qual estava ali. O processo para descobrir sua verdadeira identidade espiritual envolve ver toda sua vida como uma longa historia, tentando encontrar um significado superior. Comece se fazendo a pergunta: por que nasci naquela determinada família? Qual teria sido o propósito disso?

Exemplo de pais interrogadores:

*Seu pai era um interrogador; que mais era?
*Meu pai acredita mesmo em gozar a vida, viver com integridade mas tirando o máximo que a vida pode lhe oferecer. Você sabe, viver o mais intensamente possível.
*Conseguiu fazer isso?
*Até certo ponto, sim, mas de algum modo parece que sempre tem uma maré de azar no momento mesmo em que acha que está prestes a gozar mais a vida.
*Ele acredita que a vida é feita para diversão e alegria, mas ainda não conseguiu isso exatamente?
*É.
*Já pensou por que?
*Não muito. Sempre achei que ele não tinha sorte.
*Não será talvez que ainda não tenha descoberto a maneira de fazer isso?
*Talvez.
*E sua mãe?
*Ela já morreu.
*Você consegue ver o que representou a vida dela?
*Sim, a vida dela era a religião dela. Defendia princípios cristãos.
*Como?
*Acreditava no trabalho comunitário e em seguir as leis de Deus.
*Ela seguiu as leis de Deus?
*Ao pé da letra, pelo menos ate onde a igreja dela ensinou.
*Conseguia convencer seu pai a fazer o mesmo?
*Na verdade, não. Minha mãe queria que ele fosse à igreja todas as semanas e se envolvesse nos programas comunitários. Mas como eu lhe disse, ele tinha um espírito mais livre.
*Então onde isso deixa você? Os dois não queriam sua aliança? Não era por isso que o interrogavam, para se certificarem de que você não ficava do lado dos valores do outro? Os dois não queriam que você pensasse que o caminho deles era o melhor?
*É, tem razão.
*Como reagia você?
*Simplesmente tentava não tomar uma posição.
*Os dois o controlavam para que você estivesse à altura dos pontos de vista deles, e você, incapaz de agradar aos dois, tornou-se distante.
*É mais ou menos isso.
*Que aconteceu com sua mãe?
*Ela contraiu o mal de Parkinson e morreu, depois de ficar doente um longo tempo.
*Ela se manteve fiel a sua fé?
*Totalmente. Até o fim.
*Então, que sentido ela transmitiu a você?
*Como?
*Você está buscando o sentido que a vida tem para você, o motivo pelo qual nasceu dela, porque estava ali para aprender. Todo ser humano, quer tenha consciência disso ou não, ilustra com sua vida a maneira como acha que um ser humano deve viver. Você tem de tentar descobrir o que ela lhe ensinou e ao mesmo tempo o que na vida dela poderia ter sido melhor. Saber o que você teria mudado na vida de sua mãe faz parte do que você próprio está trabalhando.
*Por que só parte?
*Porque saber como teria melhorado a vida de seu pai é a outra parte. Não somos apenas criação física de nossos pais; somos também criação espiritual. Você nasceu dessas duas pessoas e as vidas delas tiveram um efeito irrevogável sobre quem você é. Para descobrir o seu verdadeiro eu, você tem de admitir que o verdadeiro você começou numa posição entre as verdades deles. Por isso nasceu ali: para adotar uma perspectiva mais alta sobre o que eles defendiam. Seu caminho é descobrir uma verdade que seja uma síntese mais desenvolvida do que essas pessoas acreditavam. Assim, como você expressaria o que seus pais lhe ensinaram?
Meu pai achava que viver era maximizar sua condição de ser vivo, desfrutar quem ele era, e tentar perseguir esse fim. Minha mãe acreditava mais em sacrifício e em usar seu tempo a serviço de outros, se negando a si própria. Achava que era isso que a Bíblia mandava.
*E você, como se sente em relação a isso?
*Não sei, na verdade.
*Que ponto de vista escolheria para você mesmo, o da sua mãe ou o do seu pai?
*Nenhum dos dois. Quer dizer, a vida não é tão simples assim.
*Está sendo vago.
*Acho que não sei.
*Mas se tivesse de escolher entre um ou outro?
*Os dois estavam corretos e incorretos.
*Como?
*Não tenho certeza exata. Mas acho que uma vida correta tem de incluir os dois pontos de vista.
*A questão para você é como. Como alguém vive uma vida que e os dois. De sua mãe, você recebeu o conhecimento de que a vida é espiritualidade. De seu pai, você aprendeu que a vida e auto-estímulo, diversão, aventura.
*Então minha vida de algum modo combinar as duas visões?
*Sim, para você, a espiritualidade é a questão. Toda a sua vida será descobrir uma que seja auto-estimulante. Esse foi o problema que seus pais não conseguiram conciliar, e que deixaram para você. Esta é sua questão evolucionaria, sua missão nesta existência.

Cada um de nós tem de observar os pontos importantes em sua vida e reinterpreta-los à luz de nossa questão evolucionaria. Tente perceber a seqüência de interesses, amigos importantes, coincidências que ocorreram em sua vida. Esclarecer o passado é um processo preciso de tomarmos consciência de nossas maneiras individuais de controle, aprendidas na infância. E assim que pudermos transcender esse hábito, descobriremos nossos eus superiores, nossas identidades evolucionárias. Para podermos entrar no estado mental especial que tanta gente está vislumbrando – a experiência de nós mesmos avançando na vida orientados por coincidências misteriosas – temos de acordar para quem de fato somos.

A verdade que buscamos é tão importante quanto a evolução do próprio universo, pois permite que a evolução prossiga. Os seres humanos nascem em suas situações históricas e descobrem alguma coisa para acreditar. Eles formam uma união com outro ser humano que também descobriu um propósito. Os filhos nascidos dessa união reconciliam então essas duas posições, buscando uma síntese mais elevada, orientada pelas coincidências.

Todas as vezes que nos enchemos de energia e ocorre uma coincidência que nos faz progredir em nossas vidas, estabelecemos esse nível de energia em nós mesmos, e assim existimos numa vibração mais elevada. Nossos filhos pegam nosso nível de vibração e o elevam ainda mais alto. Essa é a maneira como nós continuamos a evolução. Assim que se aprende o que é a vida, não há como apagar esse conhecimento. Se tentar fazer alguma outra coisa com sua vida, vai sempre sentir que lhe falta alguma coisa.

As idéias mudam assim que a gente se liga na energia. As palavras que você habitualmente forçou em sua cabeça, numa tentativa de controlar os acontecimentos com lógica desaparecem quando você abandona seu drama de controle. Quando você se enche de energia interior, outros tipos de idéia penetram a sua mente, vindo de uma parte mais elevada de você mesmo. Essas são suas intuições. Parecem diferentes. Simplesmente surgem no fundo de sua mente, às vezes numa espécie de devaneio ou minivisão, e vem para dirigi-lo, para orienta-lo.

Quando você adquirir bastante energia, estará pronto para entrar conscientemente na evolução, para faze-la começar a fluir, para produzir as coincidências que o levarão a frente. Primeiro acumula bastante energia, depois se lembra de sua questão vital básica... a que seus parentes lhe deram... porque essa questão oferece o contexto geral para sua evolução. Em seguida, você se concentra em seu caminho, descobrindo as questões menores imediatas que enfrenta em geral em sua vida. Essas preocupações sempre têm relação com a questão maior, e definem onde você está atualmente em sua busca de toda vida.

Assim que toma consciência das questões ativas no momento, você sempre obtém algum tipo de orientação intuitiva do que fazer, de aonde ir. Isso só não ocorre se você tiver em mente a questão errada. O problema na vida não está em receber respostas. Está em identificar suas questões presentes. Assim que você formule as perguntas certas, as respostas sempre chegam. Depois que tiver uma intuição do que poderia ocorrer em seguida, o passo seguinte é ficar bastante alerta e vigilante. Mais cedo ou mais tarde as coincidências vão ocorrer, para levar você na direção indicada pela intuição.

Não esqueça que uma vez atingido esse estado de amor, nada, nem ninguém, pode retirar mais energia de você do que a que você pode recuperar. Na verdade, a energia que flui de você cria uma corrente que puxa energia para dentro de você na mesma proporção. Você não pode ficar vazio. Mas deve estar consciente desse processo para que ele funcione. Isso é sobretudo importante quando você interage com pessoas. Deixe que sua percepção da beleza e da iridescência guie seu caminho. As pessoas e lugares que tem as respostas para você parecerão mais luminosos e atraentes.

Os pensamentos, devaneios e sonhos nos mostram uma cena, um fato, e isso é uma indicação de que esse fato talvez aconteça. Se estivermos atentos, estaremos prontos para essa virada em nossas vidas.

Para reconhece-los, temos de nos colocar numa posição de observador. Quando vem um pensamento, devemos perguntar: por que? Por que esse pensamento determinado veio agora? Qual a relação que ele tem com as questões da minha vida? A adoção dessa posição de observador nos ajuda a nos livrar de nossa necessidade de controlar tudo. Nos põe na corrente evolutiva.

As imagens de medo devem ser detidas assim que aparecem. Então outra imagem, uma de bom resultado, deve ser imposta pela vontade ao pensamento. Em breve as negativas quase não ocorrerão mais. Suas intuições serão sobre coisas positivas. Quando as negativas chegarem depois disso, devem ser tratadas com muita seriedade, e não seguidas.

É difícil fazer fluir constantemente o amor. Mas não fazer isso é se prejudicar. Seu corpo vibra num determinado nível e se você deixa sua energia baixar demais o corpo sofre. Essa é a diferença entre estresse e doença. É pelo amor que mantemos nossa vibração alta. Ele nos mantém saudáveis. Desperte e passe a ver o mundo como um lugar misterioso, que oferece tudo que precisamos, se nos esclarecemos e encontramos o caminho.

Então estamos prontos para começar o fluxo evolutivo. Para entramos nesse processo, mantendo firmemente em mente nossas atuais questões vitais. Ficando atentos para a orientação, num sonho ou num pensamento intuitivo, ou na maneira como o ambiente se ilumina e salta para nós. Acumulamos nossa energia e nos concentramos em nossas situações, nas perguntas que temos, e aí recebemos alguma forma de orientação intuitiva, uma idéia de aonde ir e o que fazer, e então as coincidências ocorrem, para permitir que sigamos nessa direção.

É esse o caminho. E todas as vezes que essas coincidências nos levam a alguma coisa nova, crescemos, nos tornamos pessoas mais plenas, existindo numa vibração superior. Todas as respostas que nos chegam misteriosamente, na verdade nos vem de outras pessoas. Mas nem todas as pessoas que você encontrar vão ter a energia ou a lucidez para lhe revelar a mensagem que lhe trazem. Você tem de ajudá-las, mandando energia para elas. Quando a energia penetra nelas, isso as ajuda a ver a verdade delas. Então elas podem passar essa verdade para você.

Para se manter no fluxo da evolução deve se lembrar de manter suas perguntas sempre em mente. Mesmo as pessoas que ainda não tem consciência podem tropeçar com respostas, e ver as coincidências em retrospecto. Temos de supor que todo acontecimento tem um significado e contém uma mensagem que de algum modo diz respeito as nossas perguntas. O desafio é encontrar o lado bom de cada acontecimento, por mais negativo que seja.

Estar próximo é mais importante do que as pessoas pensam. Devemos sempre encontrar um meio de dizer a verdade. Sempre tendo bastante energia, faz com que acredite que continuará tendo bastante, o que torna a transição do recebimento de energia para o recebimento de energia do Universo muito mais fácil de alcançar.

Quando alguém aprende a se esclarecer e entrar em sua evolução, às vezes é interrompido de repente pelo vício por outra pessoa. A idéia de vicio, explica por que surgem nos relacionamentos amorosos as lutas por poder. Sempre nos perguntamos o que faz a felicidade e a euforia do amor acabarem, se transformando de repente em conflito. Isso resulta do fluxo de energia entre os indivíduos envolvidos.

Quando se apaixonam, os dois indivíduos estão dando energia um ao outro inconscientemente, e se sentem flutuantes e eufóricos. É o barato incrível a que todos chamamos estar apaixonado. Infelizmente, como eles esperam que esse sentimento venha da outra pessoa, se desligam da energia universal e começam a contar cada vez mais com a energia um do outro – só que agora parece não haver energia bastante, e assim eles deixam de dar energia um ao outro e recaem em seus dramas, numa tentativa de controlar um ao outro e puxar a energia do outro para si. Nesse ponto, o relacionamento degenera na luta por poder habitual.

Nossa suscetibilidade a esse tipo de vicio pode ser descrita em termos psicológicos. O problema começa em nossa primeira família. Devido à disputa de energia ali, nenhum de nós era capaz de concluir um processo psicológico importante. Não podíamos integrar nosso outro lado sexual. Integrar o lado masculino ou o lado feminino. O motivo de podermos nos viciar em alguém do sexo oposto é que nós próprios ainda precisamos acessar essa energia sexual oposta.

A energia mística, que podemos canalizar como uma fonte interna, é ao mesmo tempo feminina e masculina. Podemos eventualmente nos abrir para ela, mas quando começamos a nos envolver, temos de ser cuidadosos. O processo de integração leva algum tempo. Se nos ligamos prematuramente a uma fonte humana para obter nossa energia masculina ou feminina, bloqueamos o fornecimento espiritual.

O problema é que a maioria dos pais até hoje disputa a energia com os próprios filhos, e isso nos afetou a todos. Como se dava essa disputa, nenhum de nós resolveu bem essa questão do sexo oposto. Estamos todos empacados no estágio em que continuamos a buscar nossa energia sexual oposta fora de nós mesmos, na pessoa de um homem ou mulher que julgamos ideal e mágica, e que podemos possuir sexualmente.

Quando começamos a evoluir pela primeira vez, passamos automaticamente a receber nossa energia sexual oposta. Vem naturalmente da energia no Universo. Mas temos de ser cuidadosos, pois se aparece outra pessoa que oferece essa energia diretamente, podemos nos desligar da fonte verdadeira... e regredir. Até aprendermos a evitar essa situação, ficamos andando em volta como a metade de um circulo. Parecendo a letra C. Somos muito suscetíveis a que apareça uma pessoa do sexo oposto, outro meio circulo, e se junte conosco assim completando o circulo e nos dê uma explosão de euforia e energia que pareça a plenitude produzida por uma ligação plena com o Universo.

Na verdade, apenas nos juntamos a outra pessoa que também está à procura de sua outra metade no mundo externo. Isso é um relacionamento clássico de co-dependência, e tem problemas embutidos que logo começam a surgir. Esse tipo de ilusão de inteireza sempre degenera numa luta por poder. No fim, cada pessoa tem de mandar na outra, e até mesmo incapacita-la, para poder conduzir esse eu inteiro para onde ela quer ir. Temos de fechar o circulo por nós mesmos. Temos de estabilizar nosso canal com o Universo. Isso exige tempo, mas depois nunca mais ficamos suscetíveis ao problema e adquirimos o que chama de um relacionamento mais elevado. Quando nos ligamos amorosamente a outra pessoa depois disso, criamos uma superpessoa... mas isso não nos desvia do caminho de nossa evolução individual.

Compreendendo quem na verdade são no intimo esses amigos do sexo oposto, a gente rompe a própria projeção fantasista sobre aquele sexo, e isso nos liberta para nos ligar mais uma vez com o Universo. Todos somos co-dependentes e estamos todos saindo disso agora. A idéia é começar a experimentar aquela sensação de bem-estar e euforia sentida no primeiro momento de um relacionamento co-dependente quando a gente está só. É preciso ter ele ou ela dentro de si. Depois disso, a gente evolui e pode encontrar aquele relacionamento romântico especial que realmente se ajusta à gente.

É exatamente assim com todos os vícios: a energia passa por alguém ou alguma coisa para se ligar com o Universo. O meio de lidar com isso é aumentar sua energia e depois se concentrar de novo no que está fazendo realmente aqui. A maneira como abordamos outras pessoas determina a rapidez com que evoluímos, e a rapidez com que nossas perguntas sobre a vida são respondidas.

Quando as pessoas cruzam nossos caminhos, há sempre uma mensagem para nós. Encontros casuais não existem. Mas o modo de respondermos a esses encontros determina se somos capazes de receber a mensagem. Se temos uma conversa com alguém que cruza nosso caminho e não vemos uma mensagem sobre nossas questões atuais, isso não significa que não houvesse uma mensagem. Significa apenas que não a captamos, por algum motivo. Quando apreciamos a forma e o porte de alguém, e nos concentramos de fato nele até suas formas e feições começarem a se destacar e ter mais presença, podemos mandar energia para ele e revigora-lo. Claro, o primeiro passo é manter nossa própria energia elevada, depois podemos iniciar o fluxo de energia que vem para nós, através de nós mesmos, e dai para outras pessoas.

Quanto mais apreciarmos a totalidade, a beleza interior delas, mais a energia penetra nelas e, naturalmente, mais flui para dentro de nós. Quanto mais amamos e apreciamos os outros, mais energia flui para dentro de nós. É por isso que amar e energizar os outros é a melhor coisa possível que podemos fazer a nós mesmos.

Quando se dá mais energia que a que a pessoa teria sem isso, ela pode ver qual é a sua verdade e passa-la mais prontamente para você. Quando faz isso, você tem a sensação de revelação sobre o que ela diz. Isso leva você a ver o eu superior e mais completo, e portanto a apreciar e a se concentrar nele num nível mais constante, que dá mais energia e maior percepção da verdade, e o ciclo recomeça de novo.

Se não aceitamos o drama concorrente, o drama da pessoa se desmonta. Lembre-se de que todo drama de uma pessoa se formou na infância em relação a outro drama. Portanto, todo drama precisa de um drama igual para ser plenamente encenado. Todos os dramas são estratégias secretas para conseguir energia. As manipulações secretas por energia não sobrevivem quando você as traz à consciência, apontando-as. Deixam de ser secretas. É um método muito simples. A verdade melhor sobre o que é dito numa conversa sempre prevalece. Depois disso a pessoa tem de ser mais verdadeira e honesta. A chave para fazer com que isso funcione é olhar simultaneamente para a pessoa verdadeira a sua frente além do drama, e mandar tanta energia para ela quanto possível. Se ela consegue sentir a energia chegando por qualquer meio, depois fica mais fácil abandonar sua forma de manipular para obte-la.

O Universo é energia, energia que responde às nossas expectativas. As pessoas também fazem parte desse universo de energia, portanto, quando temos uma pergunta, as pessoas revelam qual delas tem a resposta. Todo mundo que cruza nosso caminho tem uma mensagem para nós. Do contrário, teriam seguido por outro caminho, ou saído antes ou depois.

Existem sinais. O contato espontâneo do olhar, por exemplo, é um sinal para que duas pessoas conversem, pois existe um censo de reconhecimento. Ver alguém que parece conhecido, mesmo que a gente saiba que nunca viu essa pessoa antes é outro exemplo. Somos membros do mesmo grupo mental que certas outras pessoas. Os grupos mentais em geral evoluem na mesma linha de interesse. Pensam igual e isso cria a mesma expressão e experiência externa. Reconhecemos intuitivamente os membros do nosso grupo mental, e com muita freqüência eles nos trazem mensagens.


"Acreditar em você não é suficiente; O necessário é conhecer a você mesmo (...).
Você é aquilo que você procura".