quarta-feira, 1 de julho de 2009

Masculino e o Feminino à Luz das Religiões



O predomínio masculino na religião inibiu a expressão de valores femininos como a beleza, a intuição e a livre manifestação de sentimentos que, por não se encaixarem nas religiões patriarcais, foram identificados com o a ação do demônio. A opressão exercida pelo patriarcado se estende da sociedade humana para toda a Terra.
O paganismo, centrado na Natureza, valoriza os ciclos e a geração da vida. Sugere uma aproximação do matriarcalismo das primeiras sociedades humanas, quando a descoberta da agricultura pelas mulheres foi responsável pela fixação dos grupos humanos em torno das plantações e pelo surgimento dos primeiros clãs. A observação dos ritmos e da fecundidade da terra inspira respeito e propõe uma relação de cumplicidade entre masculino e feminino, simbolizada pela relação entre Deusa e Deus.
Daí para uma aproximação com os ideais feministas foi um passo. Porém, embora a religião esteja focada na Grande Mãe, é preciso lembrar que Feminismo e Wicca não são sinônimos, e nenhum desses conceitos está contido no outro. Existem grupos, como o Diânico, que se dedicam a honrar apenas deusas, e há mesmo aquelas que só aceitam mulheres em seus covens; isso faz parte da individualidade e liberdade de culto característico do Paganismo. Mas o sentido maior da identidade pagã é justamente o de liberar homens e mulheres de seus papéis rígidos e estereotipados para que possam viver em comunhão entre si e com o Universo.
A Deusa devolve às mulheres e homens sua dignidade e grandeza humana, sendo que podem nela se reconhecer como partes igualmente importante da divindade, tendo o mesmo direito ao poder e à fragilidade.