segunda-feira, 9 de novembro de 2009

A Deusa Mãe




O paganismo cultua há anos o Mistério da Grande Mãe e seus muitos nomes que surgiu entre os homens quando estes ainda tentavam compreender a si mesmo…

Voltando no tempo e espaço, nos deparamos com uma civilização ainda por descobrir-se, não apenas no que se refere a si mesmo, como a tudo mais que existia a sua volta. Os povos primitivos não demoraram para identificar na Terra o aspecto feminino, já que é na mulher que se encontra um dos aspectos naturais da Terra: o poder de dar a vida.

Assim sendo, a Terra seria representada pelo “grande útero” – o lugar onde tudo é gerado. Não demorou-se para que a figura de uma mulher fosse reverenciada como a Grande Mãe de tudo e de todos – Gaia foi um dos muitos nomes que ela recebeu…

Com o passar dos tempos, diferentes tribos deram a figura mística feminina diversos nomes – outros simbolismos como a Lua para o qual eles atribuíam o fator da continuidade da vida. Sim, eles acreditavam que as mulheres engravidavam através do poder da Grande Deusa manifestada a partir do grande astro luminoso, que na Fase Cheia estava mais próxima da Terra, exercendo forte influência sobre os animais, plantas, mares e sobre o próprio ser humano.


O culto a Grande Deusa remonta a Era de Touro (4304 a 2154 a.C.) que é atribuída à antiga cultura egípcia, que tinha a vaca como Deusa da Fertilidade e a pecuária como principal cultura. Os astrólogos dizem que essa foi a era em que a cultura egípcia se desenvolveu e foi o centro da civilização.Com o final da Era de Touro, o domínio egípcio cessou e deu lugar a Carneiro, o signo que passou a dominar. Os astrólogos dizem que foi Israel que dominou essa era, devido ao sacrifício do cordeiro, o ritual mais marcante da religião de Israel, além da ovinocultura (criação de ovelhas), sua principal cultura.

Foi na Era de Touro que o respeito ao feminino e o culto aos mistérios da procriação foram difundidos. Nas culturas primitivas a mulher era tida como a única fonte da vida, tanto que os lugares onde ocorriam os partos eram considerados sagrados e foram justamente nestes lugares que surgiram diversos templos de veneração à Deusa.

Com o avanço da agricultura, a importância do solo passou a ser primordial e a Grande Mãe Terra (a Deusa) se tornou o centro de culto das tribos primitivas. As mulheres eram consideradas responsáveis pela fartura das colheitas, pois eram elas que conheciam os mistérios da criação. Existem várias estatuetas femininas como as Vênus de Willendorf, de Menton e Lespugne, representando a sacralidade feminina e os poderes mágicos e religiosos atribuídos à Deusa na época do Paleolítico e Neolítico.
Ela esteve presente em todas as partes do mundo sob diversos nomes e aspectos: Kali na Índia, Ishtar na Mesopotâmia, Pallas na Grécia, Sekhmet no Egito, Bellona em Roma e assim sucessivamente. As Grandes Deusas da Antiguidade exerciam o domínio tanto sobre o amor como sobre a guerra.

O símbolo da Grande Deusa é o caldeirão, que representa o mundo que ela criou e carrega em seu ventre. Este objeto é associado à Deusa porque a criação se parece com o que se pode realizar no interior do mesmo. O mundo é uma maravilhosa obra alquímica que a Deusa criou e comanda através das manobras e poções realizadas em seu caldeirão, o lugar onde nasce a vida. Ela é considerada a energia Geradora do Universo, é associada aos poderes noturnos, a Lua, a intuição, ao lado inconsciente, à tudo aquilo que deve ser desvendado, daí o mito da eterna Isis com o véu que jamais deve ser desvelado. A Lua jamais morre, mas muda de fase de tempos em tempos. Ela representa os mistérios da eternidade e mutação. Por isso a Deusa é chamada de a “Deusa Tríplice” pois também muda de fase, assim como a Lua, e se mostra aos homens em três diferentes formas como: a Virgem, a Mãe, a Anciã.

O aspecto Jovem da Deusa recebe o nome de Rhianon – está associada à adivinhação, aos rios mágicos, à clarividência e aos encantamentos. Seus rituais e invocações são realizados na Lua Crescente. Sua cor é o branco e por isso recebe o título de Albedo (Senhora da Alvorada). Rhianon é a caçadora, segura em suas mãos a trompa de vaca ou touro em forma de meia lua. É a deusa da fartura e é ela a quem devemos reverenciar quando queremos garantir êxito no trabalho. Seus poderes são os da compaixão, sabedoria e compreensão.

O aspecto de Mãe recebe o nome de Brigith, a antiga Deusa Celta do fogo. Ela esta associada a fertilidade, sexualidade e ao parto. Seus rituais e invocações são realizados na Lua Cheia. Sua cor é o vermelho e por isso recebe o título de Rubedo (Senhora do entardecer). Brigith é a mãe que o possui no ventre o poder de dar luz a uma nova vida. É a rainha da colheita, a mãe do milho e derrama sua abundância por toda a terra. Segura em suas mãos um recipiente com labaredas de fogo, o qual tem o poder de realizar os desejos daqueles que a cultuam. É a Deusa do amor e seus poderes são os da paixão, agilidade e rapidez.

O aspecto de Anciã recebe o nome de Ceridwen, a Grande Deusa Mãe que conhece todos os segredos do Universo. Ela está relacionada ao renascimento e a ligação com os outros mundo. Seus rituais de invocação são realizados na Lua Minguante, que é o seu símbolo. Sua cor é o negro e por isso recebe o título de Nigredo (Senhora da noite). Ceridwen é a mãe que conserva todos os poderes da sabedoria e conhecimento. É ao mesmo tempo Deusa parteira e dos mortos, pois o poder que leva as almas para a morte e o mesmo que traz a vida. Do seu ventre parte toda a vida e da vida provém a morte. Segura em suas mãos um caldeirão e das misturas feitas em seu interior ela comanda a sincronicidade de todo o Universo e intervém nos assuntos humanos para auxiliar seus seguidores. Devido ao aspecto de velha é esta a personificação que representa o conhecimento de todos os mistérios que só a experiência pode proporcionar. É a Deusa da sabedoria do bem e do mal. Ela é a Deusa da paz e do caos. Da harmonia e da desarmonia. Ceridwen já passou pela jovialidade de Rhianon, pela maturidade e entusiasmo de Brigith.Acumulou toda a experiência, que só o tempo pode proporcionar, e distribui a sabedoria por todo o mundo.



(Fonte :A casa do Mago)