sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Invocação dos Quatro Cantos

"As invocações não deixam de ser um tipo de oração mais complexo, e sua prática aumenta, e muito, nosso contato com as forças ocultas da Natureza. Logo abaixo, uma Invocação mais completa, mas dedicada a quem já conhece um pouco sobre Magia Prática. E logo depois, uma Invocação simples, mas de ótimos resultados para todas as pessoas, Iniciadas ou não em Magia..."

INVOCAÇÃO DOS QUATRO CANTOS


"O Iniciado, aponderando-se do pensamento, que produz as diversas formas, se torna senhor das formas e as faz servir ao seu uso." O Ar, a Água, a Terra e o Fogo (formas elementais) separam e especificam, por uma espécie de esboço, os espíritos criados no Moviento Universal Inteligente. Evocando os Elementos, entramos em contato com toda parte, pois o Espírito elabora e fecunda a matéria pela vida; toda matéria é animada; o pensamento e a Alma estão em toda parte. Para evitarmos as interferências dos fenômenos provocados pelos Elementais, temos que possuir a Vontade mais poderosa, a fim de dominarmos, por uma elevada razão e uma grande severidade, as correntes invisíveis que podem ser ocasionadas. Para isso, não podemos ter medo da água, pois necessitamos dominar as Ondinas. Não teremos medo do fogo, porque ordenaremos às Salamandras. Não nos abrigaremos dos ventos, nem teremos medo de alçar às alturas, porque dominaremos os Silfos e os Gênios. E não temeremos os elementais da Terra, porque os espíritos inferiores só obedecem a um poder que lhes provamos. Mostramo-nos seus Senhores até no seu próprio elemento. Com a Ousadia e o Exercício, conquistamos o Poder incontestavél, impondo aos Elementos o Verbo Puro da nossa Vontade por Consagrações especiais para o Ar, ao Fogo, à Água e à Terra. Este é o começo indispensável de todas as operações Mágicas. Mas antes, com o Sinal Mágico, da cruz, é preciso vencê-los nas suas forças, sem nunca se deixar subjulgar pelas nossas fraquezas e pelas "fraquezas" deles. Sabemos que a cruz surgiu muito antes do Cristianismo e a ele não pertence exclusivamente. Para nós, representa as oposições e o equilíbrio quaternário de todos os elementos. Portanto, é reservado aos Inciados o Sinal-da-Cruz em sua forma original. Esta é a maneira correta; ao longo dos anos, a Igreja e seus militantes profanaram os significados e simbolismos. O Iniciado leva a mão à testa e diz: -A TI PERTENCEM... Leva a mão ao peito: -O REINO... Bota a mão no ombro esquerdo: -A JUSTIÇA No ombro direito: -E A MISERICÓRDIA... Depois, com a mão direita erguida para o céu e a esquerda em direção à Terra, fala: -NOS CICLOS GERADORES! TIBI SUNT MALCHUT ET GEBURAH ET CHESED PER AEONAS. (em latim, mesmo!) Este Sinal Mágico, da cruz, deve ser feito sempre, antes e depois de qualquer desenvolvimento de Desejos, Vontades e Verbos - As operações mágicas. As consagrações e outras Evocações que estão a se encontram a seguir, foram retiradas de Grimoires de diversos autores, tais como Agrippa, Albert Le Grand, Papus e Eliphas Levi. Devemos lembrar que as orações devem ser criadas e produzidas, palavra por palavra, pelo próprio Iniciado, numa verdadeira alquimia das Vontades expressas por suas palavras. Portanto, o que você irá ler não deve ser tomado como uma "receita", e sim como um estímulo para o Iniciado buscar suas próprias palavras na expressão Pura de suas Vontades. Agora sim, podemos dar início às Consagrações (Ar e Água) e ao Exorcismo (Fogo e Terra). Consagramos o Ar soprando para os quatro quatro pontos cardeais, dizendo:

SPIRITUS DEI FEREBATUR SUPER AQUAS, ET INSPIRAVIT IN FACIEM HOMINIS SPIRACULUM VITAE. SIT MICHAEL DUZ MEUS, ET SABTABIEL SERVUS MEUS IN LUCE PER LUCEM FIAT VERBUM HALITUS MEUS; ET IMPERABO SPIRITIBUS AERIS HUJUS, ET REFROENABO EQUOS SOLIS VOLUNTATE CORDIS MEIS, ET COGITATIONE MENTIS MEAE ET NUTU OCULI DEXTRI. EXORCISO IGITUR TE, CREATURA DERIS, PER PANTAGRAMMATON ET IN NOMINE TETRAGRAMMATON, IN QUIBUS SUNT VOLUNTAS FIRMA ET FIDES RECTA. AMEN. SELA FIAT.

Em seguida, recitamos a oração aos Silfos: Espírito de sabedoria cujo sopro dá e retoma a forma de todas as coisas. Tu, diante de quem a vida dos seres é uma sombra que muda e um vapor que passa. Tu, que sobes às nuvens e que caminhas nas asas dos ventos. Tu, que expiras, e os espaços sem fim são povoados.Tu, que aspiras, e tudo o que de ti vem a ti volta: movimento sem fim na estabilidade eterna, sê eternamente bendito. Nós te louvamos e te bendizemos no império móvel da luz Criada, das sombras, dos reflexos e das imagens, e aspiranmos, incenssamente, à tua imutável e imperecível claridade. Deixa penetrar até nós o raio de tua inteligência e o calor do teu amor: então o que é móvel ficará fixo, a sombras será um corpo, o espírito do ar será uma alma, o sonho será um pensamento. E nós não seremos mais arrastados pela tempestade, porém seguraremos as rédeas dos cavalos alados da manhã e dirigiremos o curso dos ventos da tarde, para voarmos diante de ti. Ó Espírito dos espíritos, ó alma eterna das almas, ó sopro imperecível de vida, ó suspiro criador, ó boca que aspiras e expiras a exitência de todos os entes, no fluxo e refluxo da tua eterna palavra, que é oceano divino do movimento e da verdade. Amém. Consagramos, depois a água pela imposição das mãos e pelo sopro das palavras: FIAT FIRMAMENTUM IN MEDIO AQUARUM ET SEPARET AQUAS AB AQUIS, QUAE SUPERIUS SICUT INFERIUS, ET QUAE INFERIUS SICUT QUAE SUPERIU, AD PERPETRANDA MIRACULA REI UNIUS. SOL EJUS PATER EST, LUNA MATER ET VENTUS HANC GESTAVIT IN UTERO SUO, ASCENDIT A TERRA AD COELUM ET RURSUS A COELO IN TERRAN DESCENDIT. EXORCISO TE CREATURA AQUAE, UT SIS MIHI SPECULUM DEI VIVI IN OPERIBUS EJUS, ET FONS VITAE, ET ABLUTIO PECCATORUM. AMEN.

Seguimos, então, com a Oração das Ondinas: Rei do terrível mar, vós que tendes as chaves das cataratas do céu, e que encerrais as águas subterrâneas nas cavernas da Terra. Rei do dilúvio e das chuvas da primavera, a vós que ordenais à umidade, que é como que o sangue da Terra, de tornar-se seiva das plantas, nós vos adoramos e vos invocamos. A nós, vossas móveis e variáveis criaturas, falai-nos nas grandes comoções do mar, e tremeremos diante de vós. Falai-nos também do murmúrio das límpidas águas, e desejaremos o vosso amor. Ó imensidão na qual vão perder-se todo os rios do ser, que sempre renascem em vós! Ó oceano das perfeições infinitas! Altura de que vos mirais na profundidade. Profundidade que exalais na altura, levai-nos à verdadeira vida pela inteligência e pelo amor! Levai-nos à imortalidade pelo sacrifício, a fim de que sejamos dignos de vos oferecer, um dia, a água, o sangue e as lágrimas, pela remissão dos erros. Amém.

Para exorcizarmos o Fogo, jogamos sal e pronunciamos três vezes os três nomes dos gênios do fogo: Miguel, rei do Sol e do raio; Samael, rei dos vulcões; e Anael, príncipe da Luz Astral. A seguir, recitamos a oração das Salamandras:
Imortal, eterno, inefável e incriado pai de todas as coisas, que és levado no carro sem cessar rodante dos mundos que giram sempres. Dominador das imensidades etéreas, onde estás ereto no trono do teu poder, de cima do qual teus olhos formidáveis descobrem tudo e teus belos e santos ouvidos escutam tudo, atende aos teus filhos, que amaste desde o nascimento dos séculos; porque a tua dourada, grande e eterna majestade resplandece acima do mundo e do céu das estrelas; estás elevado acima delas, ó fogo faíscante. Aí, tu te acendes e te conservas a ti mesmo pelo teu próprio esplendor, e saem da tua essência regatos inesgotáveis de luz, que nutrem teu espírito infinito. Este espírito infinito alimenta todas as coisas e faz este tesouro inesgotável de substância sempre pronta à geração que elabora e que se aprimora das formas de que a impregnaste desde o princípio. Deste espírito tiram também sua origem estes reis mui santos que estão ao redor do teu trono e que compõem a tua corte, ó pai universal! Ó único! Ó pai dos felizes mortais e imortais.
Criaste, em particular, potências que são, maravilhosamente, semelhantes ao teu eterno pensamento e à tua essência adorável. Tu as estabeleceste superiores aos anjos, que anunciam ao mundo as tuas Vontades. Enfim, nos criaste na terceira ordem no nosso império Elemental. Aqui, o nosso contínuo exercício é louvar e adorar os teus desejos.
Aqui, ardemos, incessantemente, aspirando possuir-te. Ó pai! Ó mãe! Ó mais terna das mães! Ó arquétipo admirável da maternidade e do puro amor! Ó filho, flor dos filhos! Ó forma de todas as formas, alma, espírito, harmonia e número de todas as coisas! Amém.

A seguir, passamos a exorcisar a Terra: Rei invisível, que tomastes a Terra para apoio e que cavastes os seus abismos para enchê-los com a vossa onipotência. Vós, cujo nome faz tremer as abóbodas do mundo, vós que fazeis correr os sete metais nas veias da pedra, monarca das sete luzes, remunerador dos operários subterrâneos, levai-nos ao ar desejável e ao reino da claridade. Velamos e trabalhamos sem descanso, procuramos e esperamos, pelas doze pedras da cidade santa, pelos talismãs que estão escondidos, pelo cravo de imã que atravessa o centro do mundo. Senhor, tende piedade dos que sofrem, desabafai os nossos peitos, desembaraçai e elevai nossas cabeças, engrandecei-nos. Ó estabilidade e movimento. Ó dia envolto de noite, ó obscuridade coberta de luz! Ó Senhor, que nunca retende convosco o salário de vossos trabalhadores! Ó brancura cristalina, ó esplendor dourado! Ó coroa de diamantes vivos e melodiosos! Vós que levais o céu no vosso dedo, como um anel de safira, vós que escondeis embaixo da Terra, no reino das pedrarias, a semente maravilhosa das estrelas, vivei, reinai e sede o eterno dispensador das riquezas que nos fizeste guardas. Amém.

Estas são as relações de todos os Elementais na composição Univesal, com seus respectivos soberanos:

Gob, para os Elementais da Terra;
Djin, para as Salamandras;
Pralda ou Peralda, para os Silfos; e
Niksa ou Nikse, para as Ondinas.