segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Terapeuta ou Curandeira


A Mulher Xamã

Erveiras, raizeiras, benzedeiras, mulheres sábias que por muito tempo andaram desaparecidas, ou até mesmo escondidas. Hoje retornam com um diploma de pós-graduação nas mãos e um sorriso maroto nos lábios. O seu saber mudou de nome. Chamam-lhe terapia alternativa, medicina vibracional, fitoterapia, práticas complementares…são reconhecidas e respeitadas, tem os seus consultórios e fazem palestras.
As mulheres curandeiras fazem parte de um antigo arquétipo da humanidade. Em todas as lendas e mitos, quando há alguém doente ou com dores, aparece sempre uma mulher idosa para oferecer um chazinho, fazer uma compressa, dar um conselho sábio. Na verdade, a mulher idosa é um arquétipo da ‘curandeira’, também chamada nos mitos de Grande Mãe.
Não tem nada a ver com a idade cronológica, porque esse é um arquétipo comum a todas as mulheres que sentem o chamado para a criatividade, que se interessam por novos conhecimentos e estão sempre a procura de mais crescimento interno. A sua sabedoria é saber que somos “obras em andamento’, apesar do cansaço, dos tombos, das perdas que sofremos… a alma dessas mulheres é mais velha que o tempo, e o seu espírito é eternamente jovem.
Talvez seja por isso que todas as mulher se parece com uma árvore. Nas camadas mais profundas da sua alma ela abriga raízes vitais que puxam a energia das profundezas para cima, para nutrir as suas folhas, flores e frutos. Ninguém compreende de onde uma mulher retira tanta força, tanta esperança, tanta vida. Mesmo quando são cortadas, tolhidas, retalhadas, das suas raízes ainda nascem brotos que vão trazer tudo de volta à vida outra vez.
Por isso entendem as mulheres de plantas que curam, dos ciclos da lua, das estações que vão e vem ao longo da roda do sol pelo céu. Elas tem um pacto com essa fonte sábia e misteriosa que é a natureza,. Prova disso é que sempre se encontra mulheres nos bancos das salas de aula, prontas para aprender, para recomeçar, para ampliar a sua visão interior. Elas não param de voltar a crescer…
Nunca escrevem tratados sobre o que sabem, mas como sabem coisas! Hoje os cientistas descobrem o que nossas avós já diziam: as plantas têm consciência! Elas são capazes de entender e corresponder ao ambiente à sua volta. Converse com o “dente-de-leão” para ver… comunique-se com as plantas do seu jardim, com seus vasos, com suas ervas e raízes, o segredo é sempre o amor.
Minha mãe dizia que as árvores são passagens para os mundos místicos, e que suas raízes são como antenas que dão acesso aos mundos subterrâneos. Por isso ela mantinha em nossa casa algumas árvores que tinham tratamento especial. Uma delas era chamada de “árvore protetora da família”, e era vista como fonte de cura, de força e energia. Qualquer problema, corríamos para abraçá-la e pedir proteção.
O arquétipo de ‘curandeira’ faz parte da essência do feminino, mesmo que seja vivenciado por um homem. Isso está aquém dos rótulos e definições de género. Faz parte de conhecimentos ancestrais que foram conservados no nosso inconsciente coletivo. Perdemos a capacidade de olhar o mundo com encantamento, mas podemos reaprender isso prestando atenção às lendas e aos mitos que ainda falam de realidades invisíveis que nos rodeiam. Um exemplo? Procure saber mais sobre os seres elementais que povoam os nossos jardins e as fontes de águas… fadas, gnomos, elfos, sílfides, ondinas, salamandras…
As “curandeiras’ afirmam que podemos atrair seres encantados para os nossos jardins! Como? Plantando flores e plantas que atraiam abelhas e borboletas, gaiolas abertas para passarinhos e bebedouros para beija-flores. Algumas plantas ‘convidam’ lindas borboletas para o seu jardim, como milefólio, lavanda, hortelã silvestre, alecrim, tomilho, verbena, petúnia e outras. Deixe no seu jardim uma área levemente selvagem, sem grama, os seres elementais gostam disso. Convide fadas e elfos para viverem lá. Lembre-se: onde você colocar sua percepção e sua consciência, a energia vai atrás.
 
Mani Alvarez