quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

Rituais de Ano Novo




Sempre é bom nos prepararmos positivamente para recebermos o Novo Ano, deixando pra trás o passado, mas aprendendo com as experiências vividas.

Devemos ainda, nesse próximo ano, praticar o bem e aprendermos a dar o melhor de nós mesmos aos outros para tornar nosso planeta um lar, um mundo melhor, onde reine a paz e o amor solidário.

Um Ano Novo sempre desperta nossos desejos por dias melhores, e as tradições mantêm vivas nossas esperanças. Os rituais descritos abaixo, são propícios para você entrar o Novo Ano carregado de boas energias e impregnar-se de muito otimismo, amor e boa sorte. Escolha o que mais goste ou te sintas mais conectado e se dê a oportunidade de ter um ano "melhor".

E... na hora das 12 badaladas não deixe de dizer mentalmente ou em voz alta:

-"Este ano eu vou ser feliz!", e não duvides de tuas palavras, pois a fé "remove montanhas".

Feliz Ano Novo para você e muita paz e amor para todos nós!!!!

FIM DO ANO COM FADAS

Esse ritual deve ser compartilhado com seus amigos e familiares na noite de fim de ano.

Arrume sua mesa para servir a ceia do modo que mais lhe agradar. No centro dela coloque a imagem de uma Fada. Esta fada representará a protetora de seu lar e de sua família durante todo o ano que se inicia.

Coloque seis velas douradas à sua direita e seis à sua esquerda, doze no total, representando os doze meses do ano. Em cada vela ate uma fita da cor dourada. Você precisará também de doze pedras de quartzo, 12 cordões dourados e um saquinho ou uma bolsinha vermelha para depositá-los.

Momentos antes da entrada do ano:

1. Acenda as velas

2. Coloque os cordões em torno da fada.

3. Coloque as pedras de quartzo em torno dela.

No momento exato da passagem do ano e dos brindes, uma imensa força nascerá do amor e da felicidade de todas as pessoas que se encontram presentes. Essa energia será a fonte mágica, que fará que tanto a fada, as pedras, como os cordões dourados se carreguem de uma imensa força, fazendo deles um poderoso talismã protetor.

Coloque tudo depois dentro do saquinho. Todos os meses você deve retirar dele, um cordão e uma pedra. O cordão deve ser colocado em torno da fada e a pedra deve ser primeiro colocada à altura de nosso coração e depois colocada também junto à fada. No mês seguinte, enterre o cordão do mês anterior e deixe a pedra em qualquer jardim ou ao pé de uma frondosa árvore.

Feliz Ano Novo para você com as bênçãos das Fadas!

RITUAIS DOS ELEMENTOS PARA O ANO NOVO

1. RITUAL DA TERRA

Primeiro deves recolher de um parque ou jardim uma quantidade suficiente de terra para encher um alguidar, de meio quilo aproximadamente.

Esse ritual deve ser realizado ao amanhecer ou na primeira hora do último dia do ano ou do primeiro do seguinte.

Os ingredientes necessários são: Terra, sementes de uma planta que gostes, um alguidar, ou um vaso de barro, uma vela verde, uma vela marrom e uma música suave que te faça lembrar da primavera. Pode ser a Primavera de Vivaldi ou qualquer outra que te faça evocá-la.

No dia eleito para realizar o ritual, escreva em um papel branco uma lista de coisas que desejas conseguir no próximo ano. Agora sente em frente ao alguidar e as velas, tentando relaxar o máximo possível. Acenda primeiro a vela marrom, pensando nas coisas que queres que morram (nunca pense em causar dano à ninguém!) e depois a verde, pensando nas coisas que desejas que nasça ou cresçam. Coloque o papel com seus pedidos no fundo do alguidar e cobra-o com terra. Tudo que tens que fazer agora é pensar nas coisas novas que estão para chegar à tua vida e nas que não tens mais interesse, que queres que se vão. Quando terminares de colocar a terra, pegue as sementes e enterre-as, pensando no que estás semeando e o que brotará nos meses que estão para chegar. Quando terminares esse procedimento, dê graças aos elementos por estarem ao teu lado e peça força para o ano que se inicia. Deixe as velas arderem até se consumirem. Os restos desse ritual. enterre na terra do alguidar.
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2. RITUAL DA ÁGUA

Esse ritual deve ser realizado por todo aquele que possua um rio, um lago ou mar por perto. É feito como o anterior, no dia do Ano Velho ou no Ano Novo, porém a hora não é ao amanhecer, mas sim ao pôr-do-sol. Recolha água do local que você escolheu e leve até tua casa para fazer o ritual. Se puderes recolha, próximo à água, pedras escuras e outras claras (de preferência brancas). Vais necessitar também de uma tigela ou recipiente de cristal ou vidro transparente, uma vela azul, uma vela branca, música suave com sons do mar, da água ou das ondas.

No dia que vais realizar o ritual, antes que o sol se ponha, escolha um lugar tranqüilo para realizá-lo e sente-se. Acenda primeiro a vela azul, pensando em tudo que não desejas mais ter em tua vida e que queres que vá embora. Depois acenda a vela branca pensando em tudo de novo que desejas que chegue para ti. Depois coloque a água no recipiente de cristal, até a metade aproximadamente e escreva em um papel tudo que desejas que a água "dissolva", colocando em seguida o papel dentro da água. Por cima coloque as pedras escuras. Em seguida, escreva em outro papel tudo que queres que seja "alimentado" pela água no próximo ano, ou que queiras que nasça ou cresça. Coloque o papel na água e cubra com as pedras branca. Para finalizar dê graças aos elementos por estarem ao teu lado e deixe que as velas se consumam. Tudo que sobrar deste ritual deve ser colocado no local de onde vieram, ou seja na água (rio, lago ou mar).

3. RITUAL DO AR

Se moras em uma fazenda onde o vento é forte, este é o ritual que deves realizar. Este ritual deve ser realizado ao meio-dia do último dia do ano, ou ao meio-dia do primeiro dia do ano. Escolha um lugar solitário onde possas ficar tranqüilo para realizá-lo. Para esse dia, vista uma túnica larga e solta que te dê a sensação de poder voar durante o ritual.

Escreva m um papel tudo que desejas que o vento "arraste" ou leve embora nesse fim de ano, e outro com que queres que o vento te "traga" para o próximo ano.

Quando chegares ao local escolhido, de pé, inspire e expire profundamente, sentindo o vento percorrer teu corpo e deixando que passe através de ti. Depois trace um círculo imaginário ao teu redor e senta no meio do mesmo. Olhe para os quatro pontos cardeais e dê graças aos elementos, pedindo que permaneçam ao teu lado. Agora pegue na mão o papel das coisas que deseja que o vento leve e corte-os em pedacinhos, deixando-os que voem ao sabor do vento. Faço o mesmo com os pedidos das coisas novas, semeando teus desejos aos ventos. Quando terminar, dê graças ao ventos e aos elementos que permaneceram ao teu lado. Depois mentalmente desfaça o círculo imaginário que criou e volte para casa.

4. RITUAL DO FOGO

Se te identificas com este elemento, ou seja o elemento regente de teu signo, este é o teu ritual. Escolha um local em sua casa ou no exterior onde não haja perigo de incêndio. Deves realizá-lo no meio da tarde, quando o sol estiver bem forte. Prepare um recipiente de metal ou de barro onde possas colocar azeite. Os materiais necessários serão: azeite de oliva, uma vela amarela e outra vermelha, e um recipiente de metal (pode ser um caldeirão ou panela) um pavio ou mecha de pano. Colo que as velas uma de cada lado.

Olhe para o sol e dê graças ao elemento fogo que contêm por estar ao teu lado. Acenda primeiro a vela vermelha, pensando nas coisas que desejas que o fogo "devore" com o ano velho, e depois acenda a vela amarela pensando nas coisas que queres que dê vida o fogo do ano novo. Em seguida escreva num papel o que queres que se vá, e em outro, o que desejas que chegue com o novo ano que se inicia. Dobre o primeiro papel e queima-o no fogo central, na mecha ou pavio, que acenderás nesse momento com a vela vermelha. Enquanto queima, pense no que queres limpar de tua vida. Quando já tiver queimado, apague a mecha que arde no azeite. Procure não soprá-la, mas apagá-la com os dedos úmidos. Agora acenda-a de novo com a vela amarela. Queime com ela o papel onde escrevestes o que deseja que nasça no ano novo ou que queiras que o fogo fortaleça. Quando tiver terminado, deixe que as velas se consumam e dê graças ao elemento por estar ao seu lado. Deixe que o azeite se consuma até o final. Todos os restos deste ritual, incluindo o azeite deve ser enterrado.

BOA SAÚDE O ANO INTEIRO

Tomamos três rosas brancas, de brancura indiscutível, e as colocamos em um vaso branco ou de vidro transparente - que nunca tenha sido usado antes.

Juntamos dentro dele seis moedas e uma cebolinha. Colocamos água e deixamos ficar assim durante sete dias.

Depois dos sete dias, trocamos a água, tiramos a cebolinha e também trocamos as rosas. Só deixamos ficar as moedas.

Essa prática deve ser feita de sete em sete dias, de preferência nas sextas-feiras, o ano todo. Quem assim agir terá paz, dinheiro, saúde e harmonia em seu lar.

ANO NOVO FELIZ

Para ter um Ano Novo Feliz, coloque algumas jóias em uma vasilha e junte três flores de pétalas, de qualquer cor, com um pouco de água, deixando 24 horas. A última hora deve coincidir com a primeira hora do Ano Novo. Retire, então, as jóias, enxugue-as bem e use a água e as pétalas jogando-as nos cantos de sua residência. Será o melhor Ano Novo de sua vida.

Feliz Ano Novo!

quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

Litha - Solstício do Verão


Primeiro dia do verão (Solstício do Verão) 21 de dezembro de 2017, às 13h28 (Hemisfério Sul)

O Solstício do Verão (ou Meio do Verão, Alban Hefin ou Litha), também conhecido como Dia de São João, na Europa, marca do dia mais longo do ano, quando o Sol está no seu zênite. Para os Bruxos e os Pagãos, esse dia sagrado simboliza o poder do sol, que marca um importante ponto decisivo da Grande Roda Solar do Ano, pois, após o Solstício do Verão, os dias se tornam visivelmente mais curtos.

Em certas tradições wiccanas, o Solstício do Verão simboliza o término do reinado do ano crescente do Deus Carvalho, que é, então, substituído pelo seu sucessor, o Deus Azevinho do ano decrescente. (O Deus Azevinho reinará até o Sabbat do Inverno do Natal, o dia mais curto do ano.)
O Solstício do Verão é uma época tradicional, em que os Bruxos colhem as ervas mágicas para encantamentos e poções, pois acredita-se que o poder inato das ervas é mais forte nesse dia. é o momento ideal para as divinações, os rituais de cura e o corte de varinhas divinas e dos bastões. Todas as formas de magia (especialmente as do amor) são também extremamente potentes na véspera do Solstício do Verão, e acredita-se que aquilo que for sonhado nessa noite se tornará verdade para quem sonhar.

Os alimentos pagãos tradicionais do Sabbat do Solstício do Verão são vegetais frescos, frutas do verão, pão de centeio integral, cerveja e hidromel.
Incensos: olíbano, limão, mirra, pinho, rosa e glicínia.
Cores das velas: azul, verde.
Pedras preciosas sagradas: todas as pedras verdes, especialmente a esmeralda e o jade.
Ervas ritualísticas tradicionais: camomila, cinco-folhas, sabugueiro, funcho, cânhamo, espera, lavanda, artemísia, pinho, rosas, erva-de-são-joão, tomilho selvagem, glicínia e verbena.
Ritual do Sabbat Litha

O ritual que se segue é tradicionalmente realizado pelos Bruxos numa clareira na floresta, num grande jardim afastado, no topo de uma colina ou em qualquer outro lugar da Natureza. Comece arrumando pedras no chão para formar um grande círculo com cerca de 3m de diâmetro. Com uma espada cerimonial consagrada ou uma longa vareta de madeira (preferivelmente uma vara de sorveira recentemente cortada), trace o símbolo poderoso e altamente mágico de um pentáculo (estrela de cinco pontas) dentro de círculo de pedras. Acenda cinco velas verdes para simbolizar os poderes da Natureza e a fertilidade, e coloque uma em cada ponta do pentagrama, começando pelo leste e continuando em movimento destrógiro.

Monte um altar ou coloque uma pedra grande e achatada no centro do pentagrama voltada para o norte, como um altar, e, sobre ela, uma estátua representando a Deusa. Em cada lado dela, acenda uma vela branca de altar. No ponto cardeal correspondente ao Ar, coloque um sino de latão, consagrado, e um incensório de olíbano com incenso de mirra. No ponto cardeal correspondente à Água, coloque um cálice com vinho, um pequeno prato com sal e uma pequena tigela com água (preferivelmente água fresca da chuva).
Observação:
A associação dos elementos com os quadrantes não é um modelo fixo, apenas um padrão.
As conexões com os quadrantes varia muito de lugar para lugar, de tradição para tradição. Existe a associação “padrão” Norte-Terra, Sul-Fogo, Oeste-Água e Leste-Ar porque para os europeus:
. o Norte é a terra escura, misteriosa, de onde “vinham os deuses”
. o Sul é de onde vem o calor, pois é onde fica a linha do Equador para eles
. o Oeste tem o oceano (água)
. o Leste traz os ventos do continente

Foi assim que eles fizeram essas relações. Nada impede que cada pessoa, tradição ou coven modifique isso de acordo com o lugar em que estão. Por exemplo, no Brasil faria mais sentido, seguindo as mesmas associações acima, o Fogo ao Norte, a Terra ao Sul, a Água a Leste e o Ar a Oeste. O que importa é manter as oposições: Terra/Fogo e Água/Ar.
Abençoe o vinho, cobrindo o cálice com as palmas das mãos, enquanto diz: EU CONSAGRO E ABENÇÔO ESTE VINHO SOB O NOME DIVINO DA DEUSA. Salpique um pouco de sal e algumas gotas de água sobre o sino de latão, para abençoá-lo, e diga: COM SAL E ÁGUA EU CONSAGRO E ABENÇÔO ESTE SINO SOB O NOME DIVINO DA DEUSA. ABENÇOADO SEJA.

Acenda o olíbano e a mirra. Levante os braços para o céu, feche os olhos e preencha a sua mente com pensamentos e visões agradáveis da Deusa Mãe, enquanto diz: OH, ABENÇOADA MÃE TERRA, DEUSA-VENTRE, CRIADORA DE TUDO, A TI É CONSAGRADO ESTE CÍRCULO SAGRADO. EM TEU NOME SAGRADO E SOB A TUA PROTEÇÃO INICIA-SE ESTE RITUAL DO SABBAT.

Faça soar o sino três vezes e invoque: ESPÍRITO FEMININO SAGRADO DO AR, VIRGEM DO FOGO, BELA E FORMOSA, MÃE TERRA, DOADORA DE VIDAS, ANCIÃ DA ÁGUA, SEM IDADE E SÁBIA, EU INVOCO A TUA DIVINA IMAGEM. Coloque o sino de volta no altar de pedra e, então, com ambas as mãos. Leve o cálice de vinho aos lábios. Beba um pouco dele e derrame o restante no centro do pentagrama, como libação à Deusa, enquanto diz: EU DERRAMO ESTE VINHO ABENÇOADO COMO UMA OFERENDA A TI, OH GRACIOSA DEUSA DO AMOR, DA FERTILIDADE E DA VIDA.

Coloque o cálice vazio de volta no altar. Novamente faça soar o sino três vezes e diga: COM O SOL NO SEU ZÊNITE EU REALIZO ESTE RITUAL DO SOLSTÍCIO EM HONRA A TI, OH GRANDE DEUSA. E EM TEU SAGRADO NOME EU AGORA DOU GRAÇAS. À MEDIDA QUE OS DIAS BRILHANTES COMEÇAM A ENFRAQUECER O TEU AMOR DIVINO E OS TEUS PODERES DE CURA CRESCEM MAIS FORTES.

Ajoelhe-se diante do altar. Ofereça mais incenso. Faça soar o sino em honra à Deusa e, então, diga em voz alta e em tom alegre: ABENÇOADA SEJA A DEUSA! ABENÇOADA SEJA A DEUSA! A DEUSA É VIDA. A DEUSA É AMOR, ELA FAZ GIRAR A GRANDE RODA SOLAR QUE MUDA AS ESTAÇÕES E TRAZ NOVA VIDA PARA O MUNDO. ABENÇOADA SEJA A DEUSA! ABENÇOADA SEJA A DEUSA! A DEUSA É A LUA E AS ESTRELAS. A DEUSA É O CICLO DAS ESTAÇÕES. ELA É A VIDA, ELA É A MORTE, ELA É O RENASCIMENTO. ELA É O DIA, ELA É A NOITE, ELA É A ESCURIDÃO, ELA É A LUZ, ELA É TODAS AS COISAS SELVAGENS E LIVRES. ASSIM SEJA.

O Ritual do Solstício do Verão deve ser seguido de um banquete de alegria e do canto feliz de músicas folclóricas mágicas pagãs e/ou da recitação de poesia inspirada na Deusa. O Solstício do Verão é o momento tradicionalmente propício à colheita de ervas mágicas para encantamentos e poções (especialmente as da magia do amor). é também o tempo ideal para realizar divinações e rituais de cura, e para cortar varetas e bastões de divinação.

Fonte: ‘Wicca – A Feitiçaria Moderna’, de Gerina Dunwich

Curiosidades sobre o Natal que você provavelmente não sabia.


1. Depois que o império romano adotou o Cristianismo, no século IV, aconteceu um impasse: fãs das festividades pagãs da antiga religião, com direito a muitos banquetes, jogos e folga das atividades, eles resolveram unir o útil ao agradável. Nessa época se celebrava o Solstício de Inverno, em homenagem ao deus Saturno, e todos os homens eram vistos como iguais, de políticos a escravos.
Para incorporar a festança, foi instituído que Jesus Cristo havia nascido no dia 25 de dezembro, e a maioria dos costumes da semana de celebrações foi mantida. Na Bíblia há evidências de que Jesus não poderia ter nascido no inverno, visto que há passagens sobre pastores e seus rebanhos, o que não acontecia na estação onde há neve.

2. Os alemães, especificamente Martinho Lutero, o reformador do catolicismo na região, teria sido quem inaugurou a prática de decorar árvores com velas no século 16. Mas foi no século 18 que a prática se popularizou entre as famílias.

3. Como em metade do planeta não neva e pinheiros não são árvores nativas, surgiram as árvores artificiais. As primeiras eram feitas de penas de ganso e pintadas de verde, criadas pelos alemães no século 19. Cortar uma árvore viva por decoração também caiu em desuso.

4. Também é da Alemanha do século 16 o crédito de inaugurar os mercados de Natal onde presentes, alimentos, árvores e comidas eram vendidos.

5. São os franceses, no entanto, a quem devemos agradecer pelo “feriadão” de Natal. O imperador Charlemagne, em 800 D.C., foi coroado no dia de Natal, e instituiu festividades oficiais de 12 dias. Trocar presentes também foi uma das novidades.

6. Papai Noel foi uma pessoa real. Quer dizer: a origem do mito vem da história de São Nicolau. Nascido em torno do ano 270, São Nicolau era o Bispo de Myra, uma cidade que hoje é na Turquia. Ele tinha uma reputação de doador anônimo, pagando os dotes de meninas empobrecidas e distribuindo guloseimas e moedas para crianças – muitas vezes deixando-os em seus sapatos. Desde a sua morte, Nicholas foi canonizado como santo padroeiro das crianças. A partir da era medieval, sua figura se uniu com a do “Pai Natal”.

7. Foi no livro a História de Nova York, de Washington Irving, que acabou a associação do Papai Noel com o santo Nicolau. No livro, publicado em 1809, ele aparece como um homem barulhento e barbudo, que fuma um cachimbo e escorrega por chaminés.

8. O Papai Noel que anda de trenó puxado por oito renas pelo céu do planeta é obra de Clement Moore. O autor publicou o poema Uma visita de São Nicolau em 1823.

9. A icônica roupa vermelha do Papai Noel no imaginário popular é obra da Coca-Cola. A princípio, ele era retratado com trajes das cores verde, roxo, azul ou marrom, entre outros. O Papai Noel usando roupa vermelha apareceu inicialmente nos cartões de Natal de Louis Prang, em 1885. O jornal The New York Times também o ilustrou assim em 1927. Mas a imagem definitiva do traje vermelho e branco começou com a figura criada pelo artista Haddon Sundblom, em 1931, para uma campanha do refrigerante.

10. As luzes elétricas para árvores foram usadas pela primeira vez em 1882, em Nova York, e foram inventadas por um dos sócios de Thomas Edison, quem inventou a lâmpada.

11. O primeiro cartão comercial de Natal foi obra de Sir Henry Cole, e data de 1843. O empresário e inventor vivia na Inglaterra.

12. A Mamãe Noel, esposa do Papai Noel, foi criada pela poeta Katherine Lee Bates em 1889, no livro Goody Santa Claus.

13. O primeiro presépio foi montado por São Francisco, na cidade de Assis, Itália, no séc. XII.

14. A tradição cristã brasileira determina que a árvore de Natal deve ser montada em 6 de dezembro, no dia de São Nicolau. Ela deve ser desmontada em 7 de janeiro, depois do Dia de Reis.

15. Nasceu nos Estados Unidos a ideia de comer peru no Natal. Mais especificamente em Plymouth, Massachusetts, por volta do ano 1621. Foi também nos Estados Unidos que se criou o termo “Santa Claus”.

16. Uma tradição da França é a “Reconciliação de Natal”. A ideia é visitar os inimigos e se reconciliar com eles.

17. As crianças austríacas têm razões para amar e temer o Natal. Tudo por causa do dia do demônio Krampus, em 5 de dezembro. Para “punir” as crianças que não foram “boazinhas”, os adultos se fantasiam como o monstro e se munem de varas, para baterem uns nos outros.

18. O que Odin, o deus mor da mitologia nórdica, tem a ver com o Papai Noel? Muitos estudiosos dizem que tudo! O solstício de inverno, também conhecido como Yule, era quando Odin liderava uma festa de caça, e montava um cavalo alado de oito patas, Sleipnir. Quantas renas tem o Papai Noel mesmo?

19. Na antologia mitológica nórdica Edda, do século 13, Odin foi retratado como um homem velho com uma longa barba branca. Ele se apresentava assim para se misturar aos humanos. Nos meses de inverno, as crianças deixavam as botas perto da chaminé, enchendo-as de comida para Sleipnir, o cavalo alado de Odin. Em agradecimento, ele descia a chaminé e enchia as botas das crianças com presentes. Vale destacar que Odin também comandava uma terra de elfos, a Alfheim. Basicamente, Thor é o filho do Papai Noel!

20. Nunca conte isso paras crianças, principalmente as que gostam de matemática: se o Papai Noel fosse mesmo presentear o mundo todo na noite de Natal, ele teria que percorrer 50 milhões de quilômetros. E estar em 2,5 bilhões de lares em apenas uma noite! 

O Nascimento da Criança da Promessa - Origem do Natal - Yule


Por volta de 21 de dezembro no hemisfério Norte e por volta de 21 de junho no hemisfério Sul

Yule é o momento na Roda do Ano no qual o Rei do Azevinho (Senhor das Sombras) é vencido pelo Rei do Carvalho (o Rei do Sol, a Criança da Promessa) que chega.
É impossível discutir as Tradições de Yule sem mencionar o Natal. Muitos dos costumes de Yule foram absorvidos pela Igreja Cristã, quando o Catolicismo tentava se estabelecer na Europa. O Natal Cristão já foi festejado em várias datas diferentes no decorrer do século, mas se estabeleceu no dia 25 de dezembro, pois associou muitos dos costumes da antiga e milenar celebração do Solstício de Inverno, que ocorre por volta de 21 de dezembro no hemisfério Norte. As Tradições Cristãs dizem que Maria deu à luz Jesus no vigésimo quinto dia, mas não confirma de qual mês. Finalmente em 320 d.C., a Igreja Católica decidiu marcar o nascimento de Cristo em dezembro para absorver o culto sagrado do Solstício de Inverno dos celtas e saxões.

O Nascimento de um Deus no Solstício de Inverno não é exclusivo do Catolicismo, pois muitos “bebês divinos” nasceram nesta época. Mistras é um exemplo claro disso.
Há muitas práticas que são utilizadas por Cristãos hoje que possuem origens essencialmente Pagãs. A Árvore de Natal, decorada com bolas e uma estrela no topo, não é nada mais nada menos que a antiga árvore que os Pagãos decoravam nos tempos ancestrais com velas, comidas e bolas coloridas (símbolos fálicos relacionados ao Deus) encimada por um Pentagrama, o símbolo da Bruxaria. As guirlandas, o azevinho, a Tora de Yule (Yule Log) queimando no fogo são todos costumes Pagãos.
Yule, o Solstício de Inverno, acontece por volta de 21 de dezembro no hemisfério Norte e por volta de 21 de junho no hemisfério Sul. O Sol agora encontra-se em Nadir, por isso é a noite mais longa do ano.

Muitos Pagãos celebram Yule com o festival da Luz, que comemora a Deusa como Mãe que dá nascimento ao Deus Sol, a Criança da Promessa. Outros celebram a vitória do Deus da Luz (Rei do Carvalho) sobre o Rei das Sombras (Rei do Azevinho), pois a partir desse momento os dias se tornarão visivelmente mais longos com o passar do tempo, mesmo com frio.
Esse Sabbat representa o retorno da luz. Aqui, na noite mais escura e fria do ano, a Deusa dá nascimento à Criança do Sol e as esperanças renascem, e Ele trará calor e fertilidade à Terra. Yule é o tempo de celebrar o Deus Cornífero. Nesse dia, muitas tradições Pagãs se despedem da Deusa e dão boas-vindas ao Deus, que governará a metade clara do ano.
Em tempos antigos pequenas bonecas de milho eram carregadas de casa em casa com canções típicas de Yule. Os primeiros Pagãos acreditavam que esse ato traria as bênçãos da Deusa às casas que fossem vistiadas pelas Corn Dollies.

Era um tempo ideal para colher o visco, considerado muito mágico para os Antigos Druidas, que o chamavam de o “Ramos Dourado”. Os druidas acreditavam que o visco possuía grandes poderes de cura e possibilitava ao homem mortal acessar o Outro Mundo. O visco é um dos símbolos fálicos do Deus e possui esse significado baseado na idéia de que as bagas brancas representam o Divino sêmen do Deus, em contraste às bagas vermelhas do azevinho, semelhantes ao sangue menstrual da Deusa. O visco representa a simbólica substância divina e o senso de imortalidade que todos precisam possuir nos tempos de Yule.

A Tradição da Árvore de Natal tem origem nas celebrações Pagãs de Yule, nas quais as famílias traziam uma árvore verde para dentro de casa para que os espíritos da Natureza tivessem um lugar confortável para permanecer durante o Inverno frio. Sinos eram colocados nos galhos da árvore. Os espíritos da Natureza eram presenteados e as pessoas pediam aos elementais que as mantivessem tão vivas e fortes durante o Inverno como a árvore que recebia lindos enfeites.
O pinheiro sempre esteve associado com a Grande Deusa. As luzes e os ornamentos, como Sol, Lua e estrelas que faziam parte da decoração das árvores, representavam os espíritos que eram lembrados no final de cada ano. Presentes era colocados aos pés da árvore para as Divindades e isso resultou na moderna troca de presentes da atual festa natalina.

As cores tradicionais do Natal, verde e vermelho, também são de origem Pagã, já que esse é um Sabbat que celebra o fogo (vermelho) e usa uma Tora de Yule (verde). Um pedaço de tronco que havia sido preservado durante todo o decorrer do ano era queimado, enquanto um outro novo era enfeitado e guardado para proteger toda casa durante o ano que viria. Os troncos geralmente eram decorados com símbolos que representassem o que as pessoas queiram atrair para sua vida.
A tradição da Tora de Yule perseverou até os dias atuais entre os Wiccanos, que fazem três buracos ao longe de um pequeno tronco e colocam três velas em cada buraco, uma branca, uma vermelha e uma preta para simbolizar a Deusa Tríplice. A Tora de Yule também é decorada com azevinho sempre verde para simbolizar a união da Deusa e do Deus.
Em Yule a casa era decorada com azevinho, representando a metade escura do ano, para celebrar o fim da escuridão da Terra.

Para os antigos celtas, celebrar o Solstício de Inverno era o mesmo que reafirmar a continuação da vida, pois Yule é o tempo de celebrar o espírito da Terra, pedindo coragem para enfrentar os obstáculos e dificuldades que atravessaremos até a chegada da Primavera. É o momento de contar histórias, canta e dançar com a família, celebrando a vida e a união.
O tema principal desse Sabbat é a Luz em todas as suas manifestações, seja o fogo da lareira, seja de uma fogueira, de velas, etc. A Luz nesse Sabbat torna-se um elemento mágico capaz de ajudar o Sol a retornar para a Terra, para nossa vida, corações e mentes.

Correspondência de Yule
Cores: vermelho, verde, dourado e branco.
Nomes Alternativos: Solstício de Inverno, Winter Rite, MidWinter, Alban Arthan, Carr Gomm, Retorno do Sol, Dia de Fionn.
Deuses: o Deus, como a Criança da Promessa, e a Deusa, como a Mãe.
Ervas: azevinho, carvalho, visco, alecrim, urze, cedro, pinho, louro.
Pedras: rubi, granada, olho-de-gato.
Comidas e Bebidas Tradicionais: bolos de frutas, nozes, pães variados, vinho quente e frio, uvas e maçãs, melões, porco ou peru assado.

Atividades:
– Cantar com a família.
– Decorar a árvore de Yule.
– Pintar cones de pinheiro como símbolos das fadas e pendurar na árvore de Yule.
– Tocar sinos para homenagear as fadas.
– Colocar guirlandas na porta principal de casa.
– Espalhar visco pela casa.
– Colocar sementes de flores e alpiste do lado de fora para os pássaros.
– Colher folhas verdes no dia de Yule e queimá-las em Imbolc para afastar o Inverno e invocar os poderes da Primavera.
– Fazer uma boneca de milho.
– Fazer uma Tora de Yule.
Fazendo uma Tora de Yule (Yule Log):
Uma Tora de Yule tradicionalmente é feita de carvalho, mas qualquer outro tronco de árvore pode substituí-lo.
Antigamente era utilizado para proteger a casa. A tora do ano anterior era queimada na lareira, enquanto uma nova era decorada e colocada no lugar da antiga.

Para fazer uma Tora de Yule você vai precisar de:
• Uma fita vermelha, uma fita verde e uma fita dourada;
• Ramos verdes;
• Uma tora de madeira.
Enfeite a tora com ramos verdes e amarre-os com as fitas vermelha, verde e dourada. Enquanto enfeita a tora, peça à Deusa que o seu lar seja protegido e abençoado.
Guarde-a em um lugar de destaque em sua casa até o ano seguinte, no qual ela deverá ser queimada e substituída por uma nova.

Tora de Yule Alternativa
Esta Tora de Yule é ideal para enfeitar o Altar na celebração do Sabbat. Você precisará de:
• Uma vela branca, uma vela preta e uma vela vermelha;
• Fitas verdes, vermelhas e douradas;
• Ramos verdes;
• Um tronco fino de aproximadamente 30 cm e com três furos subseqüentes ao longo da madeira.
Enfeite o tronco com as fitas e com os ramos verdes. Coloque um avelã em cada furo. Coloque a Tora de Yule sobre o Altar e acenda as velas como parte de cerimônia do Sabbat.

Árvore de Yule
A Árvore de Yule é um costume pagão que perdurou por séculos, tanto que foi incorporado nas celebrações natalinas realizadas no Solstício de Inverno, que no hemisfério Norte ocorre em dezembro, como parte integrante de suas Tradições.
A Árvore de Yule é uma forma simples de homenagear os elementos e pedir proteção.
Para fazer a árvore você precisará de:
• Um pequeno pinheiro verde;
• Pequenas bolas multicoloridas de preferência pintadas por você;
• Símbolos como Sol, Lua e estrelas;
• Pequenas velas.

Enfeite o pinheiro com as bolas coloridas, os símbolos de Sol, Lua, estrelas e espalhe as velinhas pelos ramos do pinheiro.
Na noite de Yule, acenda todas as velas da árvore, fazendo um pedido para cada vela acesa.
Cante e dance em volta da árvore, festejando e honrando os espíritos da Natureza e o Deus, a Sagrada Criança da Promessa, que nasce novamente nesse dia.

Feliz Yule! 

sábado, 9 de dezembro de 2017

A Roda do Ano nos Hemisférios Norte e Sul


A Roda do ano representa o ciclo da natureza, do começo até o fim para então recomeçar tudo novamente. É o ciclo natural de todas as coisas no planeta: natureza (fauna e flora) e homens.

A Roda do Ano é um calendário místico espiritual que tem origem nos antigos povos pagãos (o termo “pagão” diz respeito à religiosidade do homem do campo). É utilizada para comemorações sociais até hoje, independente da religião professada, na maioria das vezes de forma equivocada. A grande maioria das pessoas nem sabe a real origem da Páscoa ou do Natal, por exemplo. Antes de qualquer religião existir no planeta Terra, a natureza já existia em seu ciclo perfeito. Pensar que A Roda do Ano vem de alguma religião, é um equívoco, pois ela representa apenas uma lei natural.

Todos os povos antigos, celtas, egípcios, gregos, africanos e indígenas de qualquer lugar do planeta, entre tantos outros, sempre comemoravam a Roda do Ano. Atualmente muitos povos e pessoas ainda comemoram da forma certa. Entre certo ou errado, você que vive no meio social, quer queira ou não, goste ou não, está inserido na natureza e seus ciclos, bem como participa das comemorações sociais à eles relacionados. O problema é que a verdade se fragmenta de acordo com a moda ou o marketing, perdendo assim o seu valor e a tradição. Agora vamos para as explicações sobre a Roda do ano.

Onde é o hemisfério do planeta no qual você se encontra? Se estamos abaixo da linha do Equador (divisão imaginária do planeta, é a parte de baixo) você vive a roda dos ciclos da natureza relativa ao Sul (outono, inverno, primavera, verão). Se está acima da linha do Equador, você vive conforme os ciclos do norte (quanto é verão no hemisfério Norte, é inverno no hemisfério Sul). Devemos seguir a natureza, pois esses festivais são ritos da natureza, ou seja, da Terra.

Podemos viver no sul e “rodar” pelo norte nas comemorações (comemorar como se estivéssemos no norte)? Sim podemos, se desejarmos apenas a energia social que fica mais forte, a egrégora, como exemplo é o caso do Natal. O Natal é uma comemoração típica de Solstício de Inverno. O nosso natal é comemorado no início do verão. Então por que nosso Papai Noel não vem de sunga, debaixo do sol tropical? 
No Brasil seria ideal então um Papai Noel sem renas, trenó e bonecos de neve. Já parou para pensar que não tem nexo a árvore de natal de pinheiro com neve no verão? Pois é, comemoram errado, a comemoração religiosa correta do Natal deve ocorrer na entrada do inverno. Devemos seguir o curso correspondente da natureza que nos cerca. Observemos, por exemplo, quando o milho cresce, quando a colheita chega, quando as flores desabrocham, quando o sol esquenta ou quando chega o frio e as folhas caem secas.
Por que então as comemorações do Hemisfério Sul seguem a Roda da Natureza do Norte? Percebendo e sabendo da evidência de que a Roda do Norte é oposta à Roda do Sul, porque muitos estando no Hemisfério Sul insistem em seguir a Roda da Natureza relativa ao Hemisfério Norte?
Possivelmente temos duas grandes e simples explicações para esta questão: primeiro porque as pessoas não se perguntam acerca da origem de muitos fatos e, segundo, por o marketing norte americano e europeu (EUA e Europa estão no Hemisfério Norte) é fortíssimo. O resultado é que as antigas tradições são esfaceladas em benefício do comércio e a Festa da Colheita acaba sendo comemorada na época do plantio.
Quem está certo? Olhemos a natureza, observemos os pássaros e os animais e saberemos o que é certo em termos de Ciclos da Natureza. É uma questão de opção do que se prefere seguir, o que existe é a energia das pessoas (social) ou a energia da natureza (fauna e flora). Você escolhe a energia que quer sintonizar. O ideal é que sigamos o Ciclo da Natureza conforme o local onde estamos, em benefício do que se objetiva. Sempre digo às pessoas que me perguntam: O que eu faço então? Respondo: “Observe o milho, observe as estações!”.

Na tradição antiga o Ciclo da Natureza também é chamado como “Roda do Ano”, que por sua vez é composta pelo que chamamos de os oito Sabás (festivais) do ano.  Temos que levar em conta a posição da Terra com relação ao Sol. O Sol é o nosso Astro-Rei, o amante, pai e filho, a figura central de toda essa roda que nos alimenta, nos sustenta e nos traz a vida na Terra através das estações perfeitas dos Equinócios e Solstícios.
O termo “Sabá” significa simplesmente “dia de descanso” ou, principalmente, “dia de adoração” (espiritual). Vem do hebraico e foi usado primeiramente no Gênese, mais especificamente no sétimo “dia”. “Guardar” ou respeitar o Sabá é um dos Dez Mandamentos católicos. Nos rituais da Roda do Ano são homenageadas duas divindades principais: a Grande Deusa que simboliza a própria terra, e o Deus Cornífero, protetor dos animais, dos rebanhos e da vida. Esotericamente, há milênios, a humanidade comemora os equinócios e solstícios, o início das estações da natureza. É uma oportunidade de sintonia com as verdades cósmicas dos ciclos de vida em nosso planeta.

 Solstício: Significa o início do Verão ou do Inverno. É a época do ano em que o Sol incide com maior intensidade em um dos dois hemisférios. Isso ocasiona a diferença tanto de temperatura quanto de duração do dia e da noite.
Equinócio: Momento em que o Sol, em seu movimento anual aparente, corta o equador celeste, fazendo com que o dia e a noite tenham igual duração (Primavera ou Verão).

A Roda do Ano e as Festas Católicas

O catolicismo por séculos esteve intimamente ligado com as conquistas militares, reinados e política expansionista. Ele adotou o nome de doutrinação ou catequização para justificar sua estratégia de conquista e domínio.
Uma das formas de doutrinação era justamente se apoderar de templos e celebrações dos povos e culturas conquistadas. Isso porque ir contra tradições seculares, arraigadas nas culturas, era algo impossível de obter sucesso. Simplesmente mantinham muito das tradições originais mudando apenas nomes e divindades. Assim, o povo continuava com suas tradicionais comemorações, porém cultuando o que o catolicismo indicava.
O exemplo mais flagrante e evidente é o caso do Natal. No paganismo o Natal (Solstício de Inverno) no Hemisfério Norte é época de se comemorar o Nascimento do Menino Deus. A Igreja Católica então, que não sabe até hoje quando de fato Jesus nasceu, resolveu divulgar que o Cristo havia nascido na mesma época. Pronto, trocou-se então o culto pagão do nascimento do Deus Menino, filho da Deusa Natureza e do Deus Fecundador, pelo nascimento de Jesus. Assim procederam com as outras datas religiosas antigas.

Samhain: 31 de Outubro (Hemisfério Norte) e 1° de Maio (Hemisfério Sul).

Este Festival marca o Ano Novo ou o início de uma nova Roda do Ano. Samhain é o festival dos mortos, hoje rotulado como Halloween ou Dia das Bruxas. Também é Dia dos Mortos cristão que na verdade é uma celebração de origem indígena (pagã), atualmente o catolicismo tem esse festival como o “finados”. De uma forma ou de outra os antigos comemoravam, visitavam os túmulos, alguns deixavam comidas e outros levavam flores. É uma época de meditação e reflexão sobre os ciclos da natureza, da vida e da morte. Época de conexão com os ancestrais que semearam a Terra no passado, como nós fazemos agora.

Todos os povos, seja no oriente ou no ocidente, no Hemisfério Norte ou Sul, no passado ou no presente possuem um dia para comemorar os mortos. Seja com festas, rituais, fantasias, flores e comidas nos túmulos, leituras de oráculos, missas ou mesmo um domingo de reclusão. O Dia dos Mortos é sagrado para todos os povos, comemorado ou não todos acabam entrando nessa egrégora. É momento de respeito por aqueles que semearam o passado e construíram o que está presente em nossa Terra.
Muito diferente de se celebrar os mortos como verdadeiros zumbis que apavoram, este é o momento de se celebrar as origens, a sabedoria antiga, nossas raízes. Também é momento para se refletir sobre o Ciclo da Vida de nascimento, crescimento, apogeu, fenecimento e morte. Aqui a morte é uma etapa intermediária entre uma vida e outra, assim como uma fruta apodrece e morre para servir de adubo para que sua semente brote e cresça viçosa.
Para as bruxas o Sanhaim é o dia em que o véu que separa o mundo dos vivos e o mundo dos mortos fica mais tênue.

Yule: 21 de Dezembro (Hemisfério Norte) e 21 de Junho (Hemisfério Sul).

Yule é a época do Solstício de Inverno que marca a noite mais longa do ano. O festival de Yule celebra o renascimento do deus Sol. Yule é denominado o Natal pagão, já que se comemora o renascimento de Deus Solar e a chegada do inverno. Em Yule celebra-se o amor, a união da família e as realizações do ano que passou. É tempo de reencontrarmos nossas esperanças, obter o coração rejuvenescido, se libertar das coisas antigas e desgastadas, renascer com a criança interior trazendo a pureza e a alegria.
O Natal cristão tem suas origens nessa antiga celebração pagã de Yule, o qual sempre é comemorado no início do inverno. Os costumes como a decoração da árvore de Natal, pendurar uma guirlanda na porta e mesmo o Papai Noel são adaptações de símbolos pagãos do inverno. O Pinheiro, o azevinho e outras árvores utilizadas no Natal são árvores de folhas duradouras e sempre verdes simbolizando a continuação da vida. Os sinos são símbolos femininos de fertilidade e anunciam os espíritos que possam estar presentes.
É desta antiga celebração pagã (Yule) que se originou o Natal Católico. A maioria das pessoas do hemisfério sul comemora o natal em dezembro, mas em nossa Roda do Ano o inverno começa em junho e não em dezembro. É incoerente ir contra as estações da natureza e comemorar o Natal com neve e pinheiro em pleno verão. As pessoas vão se adaptando as festividades sem saber a sua origem.
O tender (carne de porco) que é costume se comer na ceia de Natal, é uma oferenda antiga onde sacrificava um javali para obter a prosperidade para a família no novo ano em nome da Deusa e do Deus. 
Se pararmos para pensar nosso Papai Noel invernal deveria vir em junho, na entrada do inverno, juntamente com os pinheiros e o frio, as lareiras e as comidas típicas de tempo frio, quando aqui se comemora o “Dia de São João”.
Interessante se lembrar que na Maçonaria se celebram dois rituais de Banquete Ritualístico, justamente nos dois solstícios, os dias dos São Joães ou deus romano Jano (Janus). O deus Jano tinha duas faces, uma olhando para trás e outra para frente, uma voltada para o passado e outra para o futuro. Os maçons afirmam que as duas colunas conhecidas como “J” e “B” estão relacionadas com os signos zodiacais de Câncer e Capricórnio, justamente o passado e o futuro e daí a relação com os solstícios que ocorrem no início destes signos. No Banquete Ritualístico maçônico se fazem sete libações em homenagem aos sete planetas esotéricos. Tudo isso muito semelhante às tradições mais antigas e que os atuais maçons não se apercebem.

Imbolc: 1º de Fevereiro (Hemisfério Norte) e 31º de julho (Hemisfério Sul).

Imbolc, também chamado Oilmec e Candlemas ("Candelária ou festival das Luzes"). Celebra o despertar da terra e o crescente poder do Sol. A Deusa é venerada em seu aspecto de Virgem da Luz.
Imbolc é o festival das luzes do fogo. Um Sabá de purificação e de boas-vindas às primeiras manifestações da primavera. Época na qual celebramos as bênçãos da Deusa, a família e o retorno do Sol que volta a crescer, mas que ainda não ganhou força suficiente para banir de vez o frio do inverno.
A Deusa é representada por três mulheres, a poetisa (arte), a médica (cura), e a ferreira (magia), sendo conhecida como a deusa da Tríplice Chama ou Deusa Luminosa. É benfeitora da cura interna e da energia vital.

O festival de Imbolc tornou-se Candlemas (Candelária) nos tempos modernos com o Dia de Santa Brígida (Nossa Senhora da Luz ou Nossa Senhora da Candelária) e a Festa da Purificação de Maria, sendo celebrados durante este período. A deidade dos Celtas chama-se Brigith (deusa do fogo e da sabedoria) e a deidade dos católicos é a Santa Brígida. A versão cristianizada da procissão de círios (candeias) honra purificação da Virgem Maria e no México ela corresponde ao Ano Novo Asteca.
O Imbolc irlandês deriva do antigo irlandês imbolg "na barriga". Isso se refere à amamentação de ovelhas, pois nesse período as ovelhas, vacas e cabras entravam em seu período de lactação e começavam a produzir leite. Isso era um indício claro da proximidade da Primavera (adolescência ou de reprodução), é a celebração da Grande Mãe que dá seu leite sagrado, alimenta a nova vida. Em Imbolc podemos ver claramente a participação dos animais e sua época de lactação na natureza.

Ostara: 21 de Março (Hemisfério Norte) e 21 de Setembro (Hemisfério Sul).

Em Ostara o Sol aumenta e a terra começa a florescer, é comemorado o Equinócio de Primavera. Na Antiga celta/druida de Ostara também recebia o nome de Festival Luz da Terra. Ostara é ainda conhecida como Eostre ou Oster (Deusa da Aurora) ou Easter (Pascoa, em inglês). A deusa da primavera, da fertilidade, da ressurreição e renascimento tem como símbolo o coelho (um dos animais mais férteis da natureza e o primeiro a sair da toca após o longo inverno). Foi desse antigo festival que teve origem a Páscoa. A palavra "páscoa" significa "passagem". Uma das principais tradições desse festival é a decoração de ovos. O ovo representa a fecundidade e renovação da Deusa e do Deus, bom como a vida em essência e origem.
A Primavera ocorre cerca de 21 de Setembro no hemisfério Sul (com a entrada do Sol no signo de Libra) e 21 de Março no hemisfério Norte. O início da primavera marca a volta do Sol, época do ano em que dia e noite têm a mesma duração depois do inverno. A primavera é o despertar da Terra com sentimentos de equilíbrio e renovação. As flores e borboletas se desabrocham e toda a magia da natureza se mostra ao homem. O Festival da Primavera é um período para atrair prosperidade e encher a vida de energia renovadora, marcando o início do plantio, tanto físico como espiritual.
Na agricultura, sinaliza o tempo em que as sementes são plantadas e começam o seu processo de crescimento. Repare nos pássaros, é a hora deles semearem, cumprirem com sua função para com a natureza. Ostara é tido como um momento de aproximação e amor entre a Deusa (Lua) e o Deus (Sol), pois é um período de igualdade e equilíbrio entre as forças da natureza. Momento ideal para fortalecer a energia de complementaridade entre homem e mulher.

O ovo simboliza a fertilidade, é o símbolo de toda criação. O coelho também é um símbolo importante com a Deusa Eostre, na qual um coelho pedia favores à Deusa e em troca botava ovos, decorava-os e presenteava a Deusa com eles. Segundo uma lenda a Deusa ficou tão contente que desejou que toda a humanidade pudesse compartilhar de tamanha beleza e alegria. A história do chocolate teve seu início com as civilizações dos Maias e Astecas, que consideravam o chocolate como algo sagrado, tal qual o ouro. Os astecas usavam-no como moeda.
A Páscoa católica celebra a ressurreição de Jesus, seu “nascimento” para uma nova vida (espiritual).

Beltane: 1 de Maio (Hemisfério Norte) e 31 de Outubro (Hemisfério Sul).

Beltane ocorre no pico da Primavera, onde os poderes da luz e da nova vida se move através de toda a criação, simbolizando o Sagrado Casamento entre Deusa e Deus.
A veneração de fogo associado com Beltane é origina-se dos ritos de adoração Celtas ao Deus solar Belenus. A palavra Beltane vem do nome do Deus céltico “Bel”, que era o senhor da vida, da morte e do mundo dos espíritos. “Tinne” é uma palavra céltica que significa “fogo”. Assim, Beltane quer dizer “Fogo de Bel”. É o simbolismo da união entre os princípios masculino e feminino da criação, a união dos meios de todos os poderes que trazem vida a todas as coisas. Em Beltane comemoramos a fertilidade, o amor que dá forças a tudo e o “retorno do Sol” com toda a sua magnitude. Nesse momento as flores estão no auge para semear, os animais se acasalam e toda a natureza (que está na primavera) se casa para imortalizar sua espécie. Isso garantirá a manutenção da Roda da Vida da Natureza, a vida infinita.
Na Religião Antiga, a palavra "fertilidade" significa o desejo de produzir mais nas fazendas e nos campos. Em Beltane tudo está florido marcando a união sagrada da Deusa e o Deus, sendo nossos corpos os espelhos do plano divino.
Esse Sabá consiste de banquetes, antigos jogos pagãos, leitura de poesias e canções sagradas. São realizadas várias oferendas aos espíritos elementais, e os participantes dançam alegremente em torno do Mastro Chamado de Maypole (símbolo fálico da fertilidade), possivelmente origem da palavra e prática do sensual “pole dance”. Trata-se de um mastro enfeitado com fitas coloridas. Durante o Ritual cada membro escolhe uma fita de sua cor preferida ou ligada a um desejo. Todos devem girar trançando as fitas, como se estivessem tecendo seu próprio destino. Esta “trança” de fitas muito nos lembra a ilustração do DNA que também guarda uma íntima relação com o aspecto sexual e de garantia da progênie.
Já no catolicismo comemora-se o Mastro de São João (ninguém comenta sobre o símbolo fálico que seria de um Santo, assim poucos sabem a realidade do significado, pois seria um pecado ou heresia, segundo a Igreja). Interessante se lembrar que o “casamento na roça” é uma tradição muito forte das festas juninas que perdura até os dias atuais, à semelhança do casamento entre Deusa e Deus pagãos.
Em Lisboa, é tradicional uma cerimônia de casamento múltiplo do dia de Santo Antônio, em que chegam a casar-se de 200 a 300 casais ao mesmo tempo. Os santos juninos são Santo Antônio e São João, nessa época é comum fazer fogueiras, simpatias (magia) e adivinhações (oráculos). São os santos do casamento e da união.
Inicia-se Beltane acendendo, segundo a tradição, as fogueiras de Beltane ao nascer da lua para iluminar o caminho para o Verão. Em Beltane é costume pular a fogueira para se livrar de todas as doenças e energias negativas. Nos tempos antigos, costumava-se passar o gado e os animais domésticos entre as fogueiras com a mesma finalidade. Daí veio o costume de "pular a fogueira" nas festas juninas.
As mulheres usam coroas de flores e todos dançam ao redor das fogueiras. Os celtas celebravam Beltane em maio por causa do ciclo anual do hemisfério norte, era em maio que a “Rainha se casava”, tendo o nome de Rainha de Maio, tornou-se costume casar-se em Maio. Hoje a moda e as igrejas acham “chic” casar em Maio. Em Beltane se comemora o amor que deu origem a todas as coisas do Universo. Na roda do sul poderíamos casar em outubro, já que é a época do casamento da natureza; das flores e dos animais.
Na mitologia romana, Maia Maiestas (que empresta seu nome ao mês) é a deusa da fecundidade e da projeção da energia vital, e da primavera. Maiestas personifica o despertar da natureza na primavera e o renascimento; veio tornar-se a mentora de seu filho Mercúrio. Identificada como Fauna e “Bona Dea”, a boa deusa.

Litha: 21 de Junho (Hemisfério Norte) e 21 de Dezembro (Hemisfério Sul).

O Solstício de verão ou Litha é o dia mais longo do ano, é o início do verão. Por causa das propagandas e costumes muitos no Hemisfério Sul acham que é Natal, pois de fato no Hemisfério Norte é Natal (inverno). O que confunde aqueles que não compreendem ou não têm o conhecimento da origem dos festivais. Este festival é conhecido como a Luz do Verão (tradução do gaélico), é o êxtase máximo da união sagrada dos deuses na natureza, onde o poder da criação está mais ativo e o Sol finalmente alcançou o seu ápice.
O nome Litha é relativamente moderno e provavelmente é derivado da palavra saxã que significa "o oposto de Yule” (natal ou solstício de inverno). Litha marca o primeiro dia do verão sendo um dos oito sabás do paganismo. O termo pode ser usado especialmente no calendário das religiões Wicca e Asatrú.
Litha é um a celebração do fogo, momento em que o poder do Sol chega ao seu ápice e as flores, as folhagens e os gramados se encontram em abundância na Natureza. É o dia mais longo do ano, no qual o poder da luz se encontra acima da escuridão, garantindo poder e proteção. Nesse período celebramos a abundância, a luz, a alegria, o calor e o brilho da vida proporcionada pelo Sol. Nesse instante o Sol transforma as forças da destruição com a luz do amor e da verdade. Para os celtas, Litha é um período mágico onde o véu que separa o nosso mundo do mundo das fadas está mais fino.
O Litha é um Sabá do apogeu do poder do sol, o solstício de verão. É quando o Deus solar está em seu poder máximo, esse período é quando as plantas tem maior carga de poder, pois estão bem energizadas pelo astro rei, é um festival também propício para casamentos. Antigamente, os casamentos eram celebrados em junho para garantir-se a fertilidade, sendo esta uma data muito propícia, “embora diferente de Beltane”, que era reservada aos ritos de fertilidade e ao Casamento Sagrado das divindades.
O Solstício de Verão é o período de materialização de todas as nossas esperanças, onde projetos, sonhos e desejos lançados na época do plantio, começam a dar seus frutos, conforme o despertar da consciência, tornando-se realidade. O Deus em seu aspecto de luz está no auge de seu poder e é coroado como o Senhor da Luz. É uma época de fartura e celebração. O Solstício de Verão é o período de materialização de todas as nossas esperanças, onde projetos, sonhos e desejos lançados na época do plantio, começam a dar seus frutos, conforme o despertar da consciência, tornando-se realidade.
Quando falamos plantio queremos dizer daquilo que você “planta” seja o trabalho, no campo ou em um escritório. Todos nós plantamos e colhemos. Quando falamos de colheita pode-se dizer, não apenas, a colheita direto do solo como o agricultor que planta o milho, mas a colheita é aquilo que conseguimos no seu ciclo anual, o dinheiro arrecadado, a comida na mesa e todas as coisas que podemos desfrutar do nosso trabalho, o nosso ciclo anual, a Roda do Ano.

Lammas: 1º de Agosto (Hemisfério Norte) e 2 de Fevereiro (Hemisfério Sul).

Lammas, também chamado Lughnasadh (pronuncia-se Lunasá que representa Lugh o Deus do Sol para os celtas). É o Festival da Primeira Colheita, é o tempo da colheita do trigo, quando colhemos o que plantamos, quando celebramos os frutos do mistério da Natureza.
É a festa da primeira colheita que ocorre entre o Solstício de Verão (Litha) e o Equinócio de Outono (Mabon), uma época de agradecimento aos Deuses por tudo o que colhemos. Sendo gratos pela generosidade da Deusa em seu aspecto de Rainha da Terra.
O nome Lughnasadh veio de uma festa agrícola típica dos Celtas. Uma festa da colheita em honra ao deus do Sol, Lugh (o maior guerreiro dentre os celtas, pois derrotou os gigantes que exigiam sacrifícios humanos).

O nome Lammas significa "Missão do Pão (loaf Mass)", que representa o alimento (geralmente pão ou bolo e qualquer outra massa) feito com os grãos, farinha ou milho, que representam a colheita.  Este nome vem do costume medieval de levar os primeiros pães e bolos para uma celebração. A colheita farta levava os camponeses a fazerem seus pães e bolos, assim eles trocavam seus alimentos e todos podiam comemorar felizes pelo alimento que a Mãe Terra fecundou através de seus esforços na época do plantio. A colheita que celebramos é a colheita das vivências, sejam elas boas ou ruins, celebramos a fartura, não só a da mesa, mas também a fartura em nossas vidas em vários aspectos. É a celebração do “Pão Nosso” de cada dia.

Mabon: 21 de Setembro (Hemisfério Norte) e 21 de Março (Hemisfério Sul).

Em Mabon o equinócio de outono dia e noite tornam-se iguais. O Equinócio de Outono é o Festival da Segunda Colheita. O nome Mabon vem de um deus Celta (também conhecido como Angus), o Deus do Amor.
A Cornucópia é um símbolo representativo de fertilidade, riqueza e abundância nesse festival. Na mitologia greco-romana era representada por um vaso em forma de chifre, com uma abundância de legumes, moedas, frutas e flores se espalhando dele. Hoje, simboliza a agricultura e o comércio, além de compor o símbolo das ciências econômicas.
A cornucópia é o símbolo mais utilizado para representar o equinócio de outono, onde é cheio de frutas, grãos, moedas, folhas, castanhas e diversos outros símbolos de forma que eles sejam derramados sobre o altar. É tradição reunir os amigos para um jantar, a fim de celebrar a fartura e comemorar as conquistas do ano.

O significado da cornucópia provém da cabra Amalteia que na mitologia greco-romana amamentou Zeus enquanto criança. Significa a natureza nos dando a abundância na colheita, a eterna fartura da Terra. Do latim “cornu copiae” ou "corno da abundância", de “cornu” ou "chifre" e “copiae” ou "abundância, muitos recursos, posses". O próprio chifre é um símbolo fálico, representante do sagrado masculino. E, como a cornucópia remete a um chifre, é uma das representações mais utilizadas do Deus Cornífero nas religiões pagãs e neopagãs. O seu interior simboliza o útero da Deusa, quando cheio de alimentos simboliza a generosidade da terra fértil, representando o sagrado feminino.
Na noite de Mabon devemos pedir harmonia no amor e proteção para as pessoas que amamos. Deve-se agradecer o que se conseguiu conquistar na vida até o momento e também a manutenção da saúde e da própria existência que é uma dádiva divina. É a ocasião ideal para pedirmos por todos que estão doentes ou velhos.
As noites já começaram a ficar mais longas, desde o Solstício de Verão, é a época do renascimento para manter o eterno ciclo do nascer-morrer-renascer. Repare na Terra, é de fato o momento da segunda colheita.

Após o Mabon fecha-se o Ciclo, a Roda do Ano girou e voltamos a Samhain, o ano novo.

Todos os povos antigos e os povos atuais comemoram essa Roda do Ano, seja no Sul ou no Norte, tendo esse conhecimento ou não. Posso morar no Sul e seguir a Roda do Norte? Pode sim, mas saiba que você poderá ir através da egrégora e não da natureza ou das quatros estações, estará seguindo o contrário da realidade que te cerca. Mas, isso vai de cada um, a preferência de seguir a energia humana (social, egrégora) e seus pensamentos ou a natureza e seu ciclo.
Todos os povos comemoram o casamento, as colheitas, o Natal, a Páscoa, o dia dos mortos e as estações. Essa é a Roda do Ano, uma Lei de nossa Terra, uma lei não apenas humana. Ela é algo indispensável a todos os seres viventes que nascem da Terra e voltam para ela no fim de suas vidas (sejam humanos, animais, vegetais ou mesmo minerais). Somos parte da Natureza e seguir seu curso nos faz sermos dignos do merecimento de viver em uma Terra maravilhosa. Celebrar a Roda do Ano nos dá a honra de estarmos vivos para construir e evoluir dentro daquilo que nossos antepassados deixaram; nos faz humanos em sintonia com a grande Deusa, a Terra. E, sintonia significa harmonia, paz e saúde.

Por Letícia de Castro