segunda-feira, 14 de agosto de 2017

Luz e Sombra

Os Caminhos


O Caminho da Luz é o Caminho dos humanos e o Caminho das Sombras é Caminho dos Deuses.
O Caminho da Luz é limitado no tempo e no espaço, no entanto O Caminho das Sombras é eterno e infinito como a própria Vida.
O Caminho da Luz é auto-criado, no entanto O Caminho das Sombras existe desde sempre por sempre, Âmen.
O Caminho da Luz está em permanente evolução, mas o Caminho das Sombras não precisa evoluir pois é perfeito em si mesmo, já que o Ser que o trilha é plenamente livre em todos os planos da Criação.
O Deuses vivem no interior dos humanos ocultando-se da Luz, pois ela é a prisão e o castigo de todos os tempos.
Tempos que não precisariam existir se não fosse pelos luminosos raios que insistem em dominar as Sombras.
Dominar, subjugar, destruir; a Luz é mente e o que a mente não entende o destrói, e o faz antes que enfrentar seu temor ao desconhecido, temor ao que não se pode Nomear, ao Incognoscível: o Criador que habita nas Sombras de cada Ser que povoa este planeta.
Mais além de tudo isto encontra-se a Verdade -Una e indestrutível- que de longe observa os seres e a Luz, suas Luzes e as Sombras.
Mais além de tudo isto encontra-se a mentira, que esconde a Verdade em si mesma em uma vã tentativa por dominá-la.
Mas que seria dos humanos sem a Verdade e a mentira?
Que seria dos Seres sem a Aurora que apresenta-se todos os dias anunciando uma nova etapa de tempo para o eterno recomeço e morte, de Vida e separação, de noite e de dia?
Que seria deles se somente existissem as Sombras? Como interpretariam um mundo sem Luz?
Por isso, a Luz, a mente, ainda é necessária, mas chegará o momento no qual as Sombras reinarão absolutas novamente sobre os cadáveres dos maus pensamentos que logicamente espalham-se sem que nada os possa conter.
Não devemos confundir Luz e Sombras com o bem e o mal; a Luz é a mente, o externo, e as Sombras são o interno, a conexão total e irrestrita com o Universo Infinito; é o Ser totalmente alinhado, identificado e permeado pelo Um, pelo Todo, por tudo e por todos.
Mas faltava, faltava a expressão do Amor, e assim surgiu a Luz, a expensas da pureza, tornando-se as Asas do Amor.
O vôo da Luz encheu de tempos, espaços e esquecimentos o Universo, e os Seres aferraram-se a ela esquecendo o motivo real de sua existência.
Esse é o drama que se desenvolve hoje entre os seres humanos: o esquecimento; esquecimento que tornou-se des-Amor, fora do Amor, fora da realidade real, passando a habitar entre a ilusão de que tudo é Luz, e que somente a Luz é boa pois nela habita o Amor.
Que enganados estão! Que ilusão tão grande!
E assim vão os seres, procurando o Amor na Luz, procurando entendé-lo através dela.
Mas assim como nunca entenderemos um pássaro através de suas asas, da mesma forma, jamais entenderemos o Amor através da Luz, através da mente, através dos pensamentos.
O Amor surge, ainda que não se entenda como nem porque; assim foi, assim é e assim sempre será.
Somente podem entender e perceber, viver e desfrutar o Amor nas Sombras, por ela, nela e através delas, pois elas são Amor puro, sendo que a única forma de viver a experiencia que o Amor proporciona é através de suas verdadeiras asas: a Paixão!
Paixão por tudo, pelo Todo, por todos, pela Vida!

Debora Rocco

Dança Cósmica


No Fio da Navalha

Meditar é encontrar a conexão entre as coisas, entre elas e os Seres, entre os Seres e o Todo; é conhecer a essência intrínseca de tudo, de todos e do Todo; é compreender a relação existente entre todas essas partes, é submergir-se na Unidade.
É descobrir o porque do lugar de cada coisa e colocar cada coisa em seu lugar; é dar-lhe a tudo, a todos sua dimensão exata no Todo.
Porém, encontrar essa conexão, implica num ir cada vez mais á uma consciência maior, é estar plenamente despertas, mesmo quando entramos no estado chamado sono.
O mais próximo que se conhece a essa consciência maior, é a meditação, na qual nos submergimos por momentos mais ou menos extensos, sem perder a percepção de nosso corpo, chegando a uma abstração temporal do entorno; no entanto, quanto maior se torna esta consciência, este conhecimento, mais próximos estamos do Todo, de todos.

E cada vez as conexões tonam-se mais claras, chegando ao ponto em que estamos em permanente meditação, em permanente conexão, sem necessidade da abstração.
Enquanto dormimos nos abstraímos não somente de nosso entorno, como também de nosso corpo; porém quando a consciência alcança determinado grau de conexão, passamos a não dormir, pois a conexão é tão forte a todos os níveis de nosso Ser, que não dormimos, simplesmente nos abstraímos do mundo, numa meditação mais profunda, sem perder a consciência, a conexão com ele.
Isso faz que ao acordar tenhamos uma sensação estranha de cansaço mental, como se não tivéssemos dormido, -e na realidade não o fizemos- pois não conseguimos desconectar-nos totalmente como antes, da consciência expandida.

É um estado de difícil adaptabilidade, pois ao principio, nossa parte física não está habituada, o que pode provocar leves dores de cabeça e uma espécie de sonolência constante; sendo que ao mesmo tempo é como se estivéssemos padecendo de insonia; se nos dispomos a dormir, nossa consciência segue tão lúcida como se tivéssemos dormido varias horas.
Inesperadamente em meio a tudo isto, nos assalta o temor á loucura, a loucura de ver tudo com tanta clareza, e o medo de perder-nos dentro dessa claridade, que nos atrai cada vez mais, claridade da qual precisamos como o ar que respiramos, e sem a qual nada faz sentido.
E assim, descobrimos que o sentido de tudo é tão simples, que basta pensar em algo e as conexões sucedem-se de forma espontânea, iluminando os fatos com a Luz dessa clareza que é a consciência maior, a consciência expandida.

Essa linha pode levar-nos á beira da loucura, se não mantemos um pé na pequena consciência, na consciência ordinária, que é o conhecimento das coisas ordinárias, da ordem do dia a dia; pois do contrario podemos sucumbir sob o peso da consciência extraordinária, a consciência fora do comum, fora da ordem estabelecida, a consciência do significado das coisas e dos fatos por trás dessas coisas e desses fatos, o significado dos Seres por trás dos Seres.
É como caminhar no fio da navalha, se nos descuidamos, podemos cair numa das duas consciências, e para quem conhece esse caminho, qualquer dessas duas consciências, separada uma da outra representa um perigo mortal; pois caindo na consciência ordinária nos perderíamos do Todo, e isso significaria involuir, -o que nos é insuportável- e fatalmente nos levaria ao desespero, á imobilidade e consequentemente á perda do desejo de viver.
Caindo na consciência extraordinária nos perderíamos num mundo paralelo, real e verdadeiro, porém separado de nosso entorno, de nós mesmos, e por isso, como entes físicos, nos tornaríamos insanos.
O equilíbrio entre uma consciência e a outra, fere nossos pés, pois esse equilíbrio encontra-se num caminho tão fino, tão sutil como o fio de uma navalha.

Neste caminhar podem ocorrer duas coisas se não conseguimos nos manter nele: ou ser cortados, divididos ao meio no sentido vertical, ou cair inteiros em uma das duas consciências; com a consequência própria de cada queda.
A única forma de não perder o equilíbrio, é ser tão leves como o Ar, que flutua, que toca, mas não se apóia, que tudo o trespassa, e é trespassado por tudo.
E somente a absoluta pureza de coração, conjuntamente com um resgate total da Alma, das memorias, do Karma, pode nos tornar Ar, pode manter-nos como Abel que nascemos, para não cairmos novamente na divisão, para que não sejamos vitimados pela morte, que é o conceito da separação.
Nesta consciência consciente, a Paz interior se faz presente, e tudo se torna uma fonte inesgotável de aprendizado, de prazer em seu mais alto grau, o prazer da conexão, o prazer da respiração da fragante essência que exalam os Seres e as coisas.

Esta consciência consciente é estar permanentemente desperto e acompanhado, é desintegrar o fantasma da solidão, é desterrá-lo de nossa existência para sempre, por sempre, Amém.
É não precisar dos outros, porque temos plena consciência de estar neles e de que eles estão em nós; não precisar no sentido de não desesperar-nos por ter o outro, porque somos nele e ele é em nós.
É poder dar-se, entregar-se totalmente sem restrições, com absoluta confiança, porque é como dar-nos, entregar-nos a nós mesmos, é saber que o outro não pode e não quer nos lastimar, nos fazer dano, ao igual que nós não nos faríamos; ao igual que não o faríamos a ele.
É Poder Ser e Estar, é a felicidade plena que bate a nossa porta, e nos convida a Viver numa comunhão de Almas, com todos, com o Todo.
É passar pelo outro e deixar que ele passe por mim, é trespassá-lo e trespassar-me ao mesmo tempo, é envolver-se infinitamente com o Ser, com a essência do outro, é uma dança Cósmica de inigualável beleza e comunhão; é a dança dos Seres que deslizam-se na Harmonia Universal, ao compasso da Sinfonia da Graça.

Debora Rocco

A Grande Mãe, O Princípio Do Eterno Feminino




A Grande Mãe representa a Energia Universal Geradora, o Útero de Toda Criação. Na Sagrada Tradição, a Deusa se mostra com três faces: a Virgem, a Mãe/Amante e a Anciã, sendo que esta última ficou mais relacionada à bruxa na imaginação popular. A Deusa Tríplice mostra os mistérios mais profundos da energia feminina, o poder da menstruação.
A Grande Mãe é a face mais conhecida da Deusa e pela qual Ela é mais chamada desde o começo dos tempos. A Deusa como Mãe simboliza aquela que dá a vida, mas também pode tirá-la, assim como tudo na Natureza. Ela se preocupa com seus filhos, ela é fértil, sexual, justa, segura de si.

Podemos entrar em contato com a Divina Mãe sempre que tivermos que fazer qualquer tipo de escolha, pedir bênçãos e proteção, agradecer por algo conseguido, pedir conselhos sobre que caminho tomar, ou mesmo quando busca estar em paz.

Como as outras faces, a Mãe também foi representada em diversas culturas do mundo e teve muitos nomes, tais como Deméter, Isis, Freya.
A adoração a uma Deusa Mãe foi a primeira forma de religiosidade dos povos antigos, mesmo no período Paleolítico. Há muitas evidências arqueológicas cerâmicas e pinturas nas cavernas que mostram esta realidade.
Uma grande evidência desse culto antigo vem das numerosas estátuas de mulheres grávidas com seios, quadris, coxas e vulvas exagerados. Os arqueólogos chamam essas imagens de “Vênus”. Tais estátuas foram encontradas na Espanha, França, Alemanha, Áustria, Checoslováquia e Rússia e parecem ter pelo menos dez mil anos.

São objetos particularmente interessantes porque mostram que a fertilidade da mulher era vista como sagrada. Talvez por isso exista uma relação tão grande entre a mulher e a Terra como um todo, pois os antigos viam como a Energia Criadora, que dava à luz uma nova vida, era feminina.
No entanto, que isso jamais teve o intuito de afirmar que os povos antigos acreditavam única e exclusivamente numa Grande Mãe; afirmar isso seria ignorar toda a crença politeísta que guiou os dias de hoje. O Sagrado Feminino não significava UM Sagrado Feminino, mas a sua representação.
Os seguidores da Sagrada Tradição veem o Sagrado Feminino como “A Deusa dos Mil Nomes”, em função da variedade de cultos a deusas em toda a história das civilizações.

Isto não significa que exista, na verdade, uma só Deusa que tenha tantas faces, mas que todas essas faces sejam divindades distintas. A denominação única “Deusa” não nos leva a um monoteísmo; pelo contrário! Apenas usamos para denominar essa crença no Sagrado Feminino como um todo.
Podemos entrar em contato com a Divina Mãe sempre que tivermos que fazer qualquer tipo de escolha, pedir bênçãos e proteção, agradecer por algo conseguido, pedir conselhos sobre que caminho tomar, ou mesmo quando busca estar em paz.

Oração da Grande Mãe

"A sua Arte, Senhora, veio à luz.
Quem poderá escapar de seu poder?
Sua forma é um eterno mistério;
Sua presença paira
Sobre as terras quentes.
Os mares te obedecem,
As tempestades de acalmam.
A sua vontade detém o dilúvio.
E Eu, tua pequena criatura,
Faço a saudação:
Minha Grande Rainha,
Minha Grande Mãe!"

Fonte - Wicca sucesso e cultura.

terça-feira, 1 de agosto de 2017

Limpeza nos Dois Mundos



As Bruxas me ensinaram sobre os ciclos de energia, dizendo que eles mudam nos Sabaths e nos Esbaths.
Sendo assim para nos alinhar com eles e aproveitar o seu fluxo a nosso favor, precisamos aprender a usar esses ciclos.

Elas dizem que somos como a Lua:

– Na Minguante nos “recolhemos e aprendemos” em nosso interior, resgatando
conhecimentos e espalhando-os “aos 4 ventos”, os Ventos da Deusa, da Grande Mãe.
– Na Crescente “crescemos” em alguma ou em diversas áreas de nossa vida interna.
– Na Cheia chegamos ao “auge” e brilhamos interiormente, o que pode ou não ser percebido externamente.
– Na Nova nos “estabelecemos”, ou seja que nos reafirmamos em nosso próprio Poder.
– E por último, na Lua Negra “celebramos” a nossa riqueza interior.

Por tudo isto, devemos aprender a nos “alinhar” dessa forma com a Lua, não somente planejando as coisas, como também identificando os acontecimentos em cada fase, principalmente quando algo que desejamos não “anda”, não acontece, pois tal vez estejamos em uma Lua Minguante e não na Crescente ou na Cheia.
Mas o assunto que nos trás aqui é a limpeza de uma casa que precise ser liberada de energias negativas.

Você vai precisar:

– Duas partes iguais, uma de alecrim e outra de sal groso
– uma vela branca comum
– uma vela preta comum

A vela preta representa a Deusa Escura da bruxa que vai fazer a limpeza e a branca o ánimus dela, ou seja a parte masculina de seu Self, ou Homem Interior, a sua consciência terrestre.
Sendo assim, me perdoem os homens, mas esta limpeza só pode ser feita por uma mulher.
Preparar a mistura do sal com o alecrim em um pote de vidro ou cerâmica, não sendo de plástico, pode até ser em uma panela.
Se tiver a panela da bruxa use-a para isto, se for usar uma panela ou outra vasilha que usa na cozinha, estará perfeito, somente antes de usar passe a fumaça de um incenso do seu agrado por dentro e por fora dela.
Depois de terminar a limpeza com sal e alecrim lave-a normalmente, e use como sempre em sua cozinha.
Bom, tendo a mistura feita, acenda as velas no chão, com espaço suficiente entre elas para que você possa se mover e se sentar entre elas.
A preta fica na sua esquerda e a branca na direita; acenda-as e sente-se no chão entre elas, para se “tranquilizar” como dizem as Bruxas, ou seja para sintonizar-se com a sua Deusa Escura e com seu Homem Interior.

Para isso imagine ela ao lado da vela preta e ele ao lado da vela branca; não se apresse, mantenha a imagem uns instantes.
Feito isto, imagine o círculo zodiacal em cores, signo por signo, começando em Áries e continuando pela ordem. Quando o fizer imagine que esse círculo colorido cresce e envolve toda a casa.
Eu desenhei o circulo com Luas porque foi mais fácil de fazer, mas imagine uma linha de cada cor, com isso é suficiente.
Ao terminar levante-se pegue o pote com a mistura de sal e alecrim e faça um circulo com ela por fora das velas.
Depois saia do circulo passando por cima dele, e deixe as velas queimar até o final; quando isso acontecer junte todos os restos, de velas e a mistura com que fez o circulo, usando uma vassoura e uma pasinha qualquer, e jogue tudo no lixo.

Esta limpeza além de limpar protege a casa e seus moradores; ela deve ser feita em todos os Sabaths e sempre no Esbath de Lua Crescente.

Quando estivermos alinhados com o fluxo da energia da Lua e com o ciclo das colheitas (Sabaths), estaremos limpos e protegidos, e as coisas vão fluir com maior facilidade em nossas vidas.

Debora Rocco

Tendas Lunares



Na época do Matriarcado as Anciãs das tribos ensinavam nos chamados “Conselhos de Mulheres” e nas “Tendas Lunares”, as tradições que suas antepassadas lhes haviam legado.

As Tendas Lunares também foram conhecidas pelo nome de “Tenda Vermelha” ou “A Lunna Rubra”
Nestas “Tendas da Lua” realizavam-se ritos cerimoniais e de iniciação nos quais as mulheres uniam-se através de seus ciclos naturais, celebrando os ritos de passagem sem dor e sem culpa e com a plena aceitação de seu Ser-Mulher em todas as idades.

Nestas reuniões cheias de mistério e envolvidas por uma grande energia mágica, bênçãos eram transmitidas de umas mulheres para as outras, assim como também o conhecimento milenarmente guardado no que elas chamavam de “Mistérios do Sangue”.

Nas Tendas Lunares se aprendia e se ensinava sobre as ervas sagradas, a interpretação dos sonhos, e como através do amor umas deviam cuidar das outras; iniciavam-se juntas nos mistérios da Grande Mãe, para que assim ao conectar-se com a energia do “Grande Útero Dela” pudessem evoluir, não somente para si mesmas como para sua família e comunidades as quais pertenciam.

Dentro da sabedoria do Sagrado Feminino daquela época também podemos encontra a “Tenda do Suor” ou a Inipi, um lugar onde suavizar os desconfortos da menstruação, onde tratar problemas de infertilidade, a gravidez o parto e até o pós parto e a quarentena.

As mais velhas ensinavam as que seriam mães pela primeira vez sobre como estimular a produção do leite materno e a reequilibrar seu sistema hormonal.

Está em nós a oportunidade de nos tornar conscientes das áreas esquecidas de nossa psique, sangrando, crescendo, amadurecendo e envelhecendo plenas e felizes de sermos sempre o que realmente somos: MULHERES!!

Debora Rocco